Em pleno ano de 2025, três pessoas já receberam o diagnóstico de peste negra nos Estados Unidos, uma doença que muitos associam apenas a registros históricos da Idade Média. Responsável por dizimar milhões de vidas no século XIV, a peste ainda persiste, mesmo que de forma rara, e volta a chamar a atenção das autoridades de saúde.
No mês de julho, um morador do estado do Arizona morreu em decorrência da peste pneumônica, forma mais grave da doença, sendo o primeiro óbito registrado no condado desde 2007.
Pouco tempo depois, em agosto, um residente de South Lake Tahoe, na Califórnia, testou positivo após um período de acampamento. Agora, em setembro, um homem de 43 anos de Novo México também foi diagnosticado, mas já recebeu alta hospitalar.
Como ocorre a transmissão
Segundo o Departamento de Saúde do Novo México, o paciente havia acampado na região de Rio Arriba, próxima à divisa com o Colorado, onde provavelmente entrou em contato com o agente transmissor.
A principal forma de contágio é por meio da picada de pulgas infectadas, que geralmente vivem em roedores silvestres como esquilos, chipmunks e ratos do campo. Quando esses animais adoecem ou morrem, as pulgas podem buscar novos hospedeiros, incluindo seres humanos e animais domésticos.
Especialistas reforçam que a peste não se restringe a uma única manifestação. A forma bubônica é a mais conhecida, também chamada de “Peste Negra”, caracterizada por febre alta, calafrios, dores de cabeça, fadiga e inchaço doloroso dos gânglios linfáticos.
Já a variante pneumônica, como no caso fatal do Arizona, é mais rara e perigosa, pois afeta diretamente os pulmões e pode ser transmitida de pessoa para pessoa por meio de gotículas respiratórias.
Os sintomas da forma bubônica costumam surgir entre dois e oito dias após a infecção. Quando não tratada, pode evoluir para quadros mais graves, mas, com antibióticos modernos, a taxa de recuperação é elevada.
Orientações de prevenção
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) estima que os Estados Unidos registrem em média sete casos de peste por ano. Mesmo sendo incomum, autoridades de saúde fizeram um alerta sério sobre a importância de medidas de precaução em áreas rurais e florestais.
Entre as recomendações estão evitar contato direto com animais silvestres, principalmente os encontrados mortos ou feridos, e proteger os animais de estimação com coleiras antipulgas quando frequentarem trilhas, bosques ou locais de acampamento. Além disso, é indicado não manusear roedores, vivos ou mortos, já que eles são os principais reservatórios naturais da bactéria causadora da doença.
Nos casos recentes, tanto no Arizona quanto na Califórnia, a ligação com animais silvestres foi confirmada. Em Tahoe, acredita-se que o contágio tenha ocorrido após a picada de uma pulga infectada durante o acampamento, enquanto no Arizona a vítima havia manipulado um animal já morto que carregava a bactéria.