Na última semana, a Rússia registrou uma grande catástrofe ambiental, em que cerca de 15 mil toneladas de óleo diesel foram derramadas em um lago de Norilsk, ao norte da Sibéria. O incidente, que vem sendo tratado como o mais catastrófico do seu tipo no Ártico, também envolveu o derramamento de mais 6 mil toneladas de diesel no solo.
O presidente russo, Vladimir Putin, decretou estado de emergência, e focou todos os esforços na limpeza do estrago, que ocorreu devido ao rompimento de um reservatório de combustível pertencente à empresa Norilsk Nickel. De acordo com Putin, a empresa demorou para começar os procedimentos de limpeza.
Segundo o Greenpeace Rússia, este acidente não tem precedentes no Ártico, e é tão preocupante que pode ser inclusive comparado ao desastre da Exxon Valdez, em 1989, que derramou algo próximo a 120000 m² de petróleo no mar.

De acordo com Andrei Malov, porta-voz do Serviço de Resgate da Marinha Russa, o país já começou a trabalhar intensamente na recuperação do lago. No entanto, toda pressa é necessária, já que o óleo diesel está começando a se dissolver na água – o que pode ter consequências ambientais ainda mais preocupantes.
O rio Ambarnaya, atingido pelo derramamento, desagua no lago Pyasino, importante no suprimento de água de toda a península de Taimyr. Isso é particularmente assustador e preocupante, por exemplo, para os pescadores da região, que tiram o seu sustento do lago.
“O tamanho dessa catástrofe está sendo subestimado”, disse Dmitry Klokov, porta-voz da agência de pescadores da Rússia em entrevista ao ‘TASS’.
Para a Norilsk Nickel, o acidente ocorreu em decorrência do derretimento de parte do permafrost na parte de baixo do reservatório. A ong WWF, no entanto, afirma que ainda que as mudanças climáticas possam realmente afetar o permafrost, o acidente não teria acontecido se os cuidados necessários tivessem sido tomados.