O nome Greta Thunberg geralmente aparece ligado a protestos climáticos. Mas na última segunda-feira, 10 de junho de 2025, a jovem ativista sueca estava no centro de um evento bem diferente. E sabe onde ela estava? A caminho da Faixa de Gaza, num barco chamado Madleen, junto com outros 11 ativistas internacionais.
A missão, organizada pela coalizão Freedom Flotilla, era levar ajuda humanitária para os palestinos. Porém, antes que pudessem chegar ao seu destino, as forças israelenses interceptaram a embarcação. Isso aconteceu em águas internacionais, segundo os ativistas, um ponto crucial no desenrolar dos fatos.
A situação ficou tensa rapidamente. Logo após a apreensão do barco, um vídeo pré-gravado de Greta Thunberg começou a circular. Nele, a ativista, visivelmente séria, se identificou e fez um apelo urgente: “Meu nome é Greta Thunberg e eu sou da Suécia. Se você está vendo este vídeo, fomos interceptados e sequestrados em águas internacionais pelas forças de ocupação israelenses — ou forças que apoiam Israel.” Ela pediu que amigos, familiares e companheiros pressionassem o governo sueco pela libertação imediata de todos do grupo.

Greta Thunberg partiu da Sicília para Gaza em 1º de junho
Enquanto isso, o governo israelense tomava suas providências. O Ministério das Relações Exteriores de Israel confirmou que, ainda na noite de segunda-feira, Thunberg e os outros ativistas haviam chegado ao porto de Ashdod. A prioridade inicial foi garantir a saúde de todos. Os 12 ativistas passaram por exames médicos completos, conforme informou o ministério.
O passo seguinte foi a transferência para um centro de detenção na cidade de Ramle. Lá, começou o processo para deportá-los. O grupo de direitos legais Adalah, representando os ativistas, acompanhou o caso. Pouco depois, o Ministério das Relações Exteriores israelense atualizou a situação: os passageiros do iate — ironicamente apelidado de “Selfie Yacht” pelo governo — já estavam no Aeroporto Ben Gurion, prontos para voltar aos seus países de origem.
https://twitter.com/IsraelMFA/status/1932231543269003672
Consulados dos países envolvidos estiveram presentes no aeroporto para dar assistência aos seus cidadãos. As autoridades israelenses afirmaram que alguns partiriam nas próximas horas, bastando assinar os documentos de deportação. Para aqueles que se recusassem, o procedimento seria diferente: seriam levados diante de uma autoridade judicial para que a deportação fosse autorizada formalmente, seguindo a lei israelense.
O governo israelense foi incisivo ao criticar a ação. David Mencer, porta-voz do governo, minimizou o caráter humanitário da missão. Ele afirmou que a quantidade de ajuda no barco de Thunberg equivalia a menos de uma carga de caminhão. “Isso não era ajuda humanitária. É ativismo de Instagram”, declarou Mencer.
Ele contrastou isso com os números oficiais israelenses: “Enquanto isso, Israel entregou mais de 1.200 caminhões nas últimas duas semanas. Então, quem realmente está alimentando Gaza e quem está alimentando seu próprio ego? Greta não estava trazendo ajuda, ela estava trazendo a si mesma.”
Este incidente não é isolado para a Freedom Flotilla. Apenas no mês passado, outro navio da coalizão sofreu um ataque significativo. Organizadores relataram que a embarcação foi atingida por dois drones em águas internacionais perto de Malta. O ataque, que danificou a parte frontal do navio, foi atribuído ao grupo a Israel, conforme noticiou a Sky News. Este histórico de confrontos marítimos adiciona uma camada complexa ao contexto da interceptação do barco que transportava Greta Thunberg.