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Idoso que perdeu a família há mais de 40 anos visita cemitério todos os dias

Lucas R.

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Ele sempre leva flores para os túmulos, e mesmo após tanto tempo, não consegue conter a emoção.

27 de dezembro de 1977 foi o dia mais difícil para Osias Mascarenhas, de 79 anos, aposentado. Naquele triste dia para Osias, ele perdeu a esposa e seus dois filhos, de 6 e 9 anos, em um acidente rodoviário quando viajavam para Goiânia. 45 anos se passaram, e não há um dia sequer que o homem passe sem visitar o túmulo deles, no Cemitério de Paraíso do Tocantins.

Além da visita diária ao cemitério, Osias também tem quadros e várias fotos nas paredes de sua residência, para sempre se lembrar de seus entes queridos e até falar com eles.

“Foi uma maneira que encontrei deles não morrerem para mim. Quando vou viajar eu falo ‘ó bem, tô viajando, sei que vocês estão comigo’ e agradeço a Deus pelo presente que ele me deu”, disse Osias.

Além desse pequeno ritual, que o aposentado faz nas últimas décadas, ele caminha todas as manhãs até o cemitério de Paraíso e continua conversando com sua família.

“Continuam vivos dentro de mim e eu preciso estar com eles também. Então eu não dou conta de abandonar, de deixar aqui sem eu estar presente sempre”, contou.

Ele sempre leva flores para os túmulos, e mesmo após tanto tempo, não consegue conter a emoção.

“Minha família é parte de mim. Com a outra eu tenho a mesma consideração, mesmo apego, a mesma coisa. Enquanto vida eu tiver e puder andar, estarei vindo aqui”, disse o aposentado.

Após o falecimento da família, Osias enfrentou um episódio de amnésia 15 dias após a perda, e foi obrigado a passar vários meses em uma clínica. Então, quando se recuperou um pouco do enorme sofrimento, ele teve o apoio de uma prima, com quem casou e teve duas filhas. Uma se tornou advogada, e outra médica.

Eles vivem perto de uma praça que recebeu o nome de um dos filhos que perdeu a vida na tragédia: Júlio César Mascarenhas.

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Para manter ainda mais vida a memória de sua antiga família, Osias ainda tem um Fusca do ano 74 original, veículo que sua falecida esposa tinha aprendido a conduzir.

“Eles nunca morreram para mim até hoje. Continuam vivos como antes, só não posso sentir, pegar. Mas sentir, eu sinto que estão comigo”, finalizou.

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Editor-chefe do portal Mistérios do Mundo desde 2011. Adoro viajar, curtir uma boa música e leitura. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.