Quando você pensa em icebergs, pode imaginar pedaços de gelo de formas estranhas flutuando no oceano. Mas você sabia que alguns icebergs podem ser quase perfeitamente retangulares? É verdade, e é um exemplo fascinante da surpreendente geometria da natureza.
Recentemente, a NASA capturou a imagem de um desses icebergs durante a Operação IceBridge, uma missão projetada para estudar as regiões polares da Terra. Este iceberg específico foi avistado flutuando perto da plataforma de gelo Larsen C na Antártida, e sua forma chamou imediatamente a atenção de todos.
Em vez de ter a forma irregular e dentada que geralmente associamos aos icebergs, este parecia um cubo de gelo gigante, com ângulos retos e superfícies planas. É tão perfeitamente formado que você poderia pensar que foi esculpido por mãos humanas. No entanto, essa maravilha retangular é inteiramente natural.
Esse tipo de iceberg é chamado de iceberg tabular. Os icebergs tabulares são conhecidos por seus lados íngremes e topos planos, frequentemente se desprendendo das plataformas de gelo em formas geométricas surpreendentemente limpas. Embora possam começar com ângulos afiados, a natureza rapidamente trabalha para suavizá-los. O vento e as ondas gradualmente desgastam as bordas, arredondando os cantos e dando ao iceberg uma aparência mais típica e irregular.
Você provavelmente já ouviu que a maior parte da massa de um iceberg está escondida debaixo d’água. Isso é verdade para muitos icebergs, mas com os icebergs tabulares como o que a NASA fotografou, nem sempre é claro se estão flutuando livremente ou descansando no fundo do oceano. Sua forma plana pode torná-los mais estáveis e menos propensos a virar, permitindo que mantenham sua forma retangular distinta por mais tempo.
Os icebergs tabulares podem ser incrivelmente grandes. O recordista é um gigante conhecido como Iceberg B-15. Esta enorme ilha de gelo mediu impressionantes 295 quilômetros de comprimento e 37 quilômetros de largura quando se desprendeu da Plataforma de Gelo Ross, na Antártida, em março de 2000. Para colocar isso em perspectiva, o B-15 tinha uma área de 10.890 quilômetros quadrados – isso é maior que alguns países! Se fosse uma nação, seria o 166º maior do mundo em área, superando a Gâmbia e chegando perto da Jamaica em tamanho.
A Operação IceBridge da NASA, que capturou essa imagem incomum do iceberg, serve a um propósito científico crucial. Ao pesquisar regularmente as regiões polares da Terra, os cientistas podem rastrear as mudanças na espessura do gelo, na localização e na acumulação ao longo do tempo. Esses dados são inestimáveis para entender como as mudanças climáticas estão afetando as camadas de gelo e as geleiras do nosso planeta.
Embora o iceberg retangular possa parecer uma curiosidade, faz parte de uma história maior sobre o nosso planeta em mudança. À medida que as temperaturas globais aumentam, as plataformas de gelo se quebram com mais frequência, liberando mais icebergs nos oceanos. Estudar esses icebergs e os processos que os criam ajuda os cientistas a entender melhor a saúde de nossas regiões polares e a prever mudanças futuras.