Navegar pelo vasto universo da internet às vezes pode parecer um labirinto interminável. Uma virada errada e você pode se deparar com a velha história dos ‘humanos gigantes’. Sim, você ouviu direito – teorias da conspiração estão em toda parte, alegando que o Vaticano ou talvez o Smithsonian escondem esqueletos humanos gigantescos. E a prova? Muitas vezes são obras-primas hilárias do Photoshop.
Se você nunca ouviu essas histórias antes, considere-se sortudo. Alguns posts virais mostram imagens de esqueletos ‘ humanos gigantes’ desenterrados, ofuscando tudo ao redor. Eles juram por sua autenticidade, mas aqui está o detalhe: essas imagens vieram de uma competição de Photoshop de 2002, com o objetivo de criar uma descoberta arqueológica falsa. No entanto, mesmo que essas histórias chamem sua atenção, uma rápida verificação revelará sua falta de substância.
All this photo proves is that this person had a giant head. Their body could’ve been normal size. https://t.co/GrEK4Rc5Fb
— pixelatedboat aka “mr tweets” (@pixelatedboat) July 9, 2020
Mas, e se por um momento, indagássemos: “E se humanos gigantes, com 24 metros de altura, realmente existissem?”
Para entender essa impossibilidade, recorremos à lei do quadrado-cubo. Esse princípio fundamental da matemática postula que quando aumentamos o tamanho de um objeto, seu volume cresce mais rápido do que sua superfície. Por exemplo, se você dobrar o tamanho de um cubo (ou, no nosso caso, um humano), a superfície quadruplica, mas o volume aumenta oito vezes. Em termos simples, à medida que os humanos crescem, o volume do nosso corpo aumenta exponencialmente, sobrecarregando nossos músculos e ossos.
Imagine um humano dez vezes maior. A cada passo, seu peso exerceria uma força inimaginável sobre seus ossos. Seus músculos, já sobrecarregados, lutariam para sustentar uma estrutura tão colossal. O corpo humano evoluiu meticulosamente ao longo de milênios para ter um desempenho ótimo no nosso tamanho atual. Proporções gigantes significariam que nossa própria anatomia trabalharia contra nós.
Portanto, mesmo que um humano crescesse tanto, ele enfrentaria desafios intransponíveis. A simples física de sua existência seria sua ruína. Seus ossos, já sobrecarregados, não resistiriam ao desgaste diário. E os músculos, apesar de seu tamanho impressionante, seriam quase inúteis.
As histórias de humanos gigantes, embora tentadoras, são mais adequadas para contos do que para revistas científicas. Mas sua persistência destaca uma lição crucial para nós na era digital: a importância do pensamento crítico. A internet, além de ser um tesouro de informações, também abriga um labirinto de mitos e fabricações.
A cada vez que nos deparamos com contos grandiosos ou revelações surpreendentes online, devemos ser céticos. Uma mente curiosa, aliada ao discernimento, pode nos salvar de cair em buracos de desinformação.
A história dos humanos gigantes, apesar de fictícia, serve como um excelente lembrete. Na era da informação, onde o acesso ao conhecimento está a apenas um clique de distância, nossa maior arma é a sabedoria para discernir fatos de ficção. Assim, enquanto navegamos pelo mundo digital, não buscamos gigantes, mas sim a verdade. E lembre-se, o universo, mesmo sem humanos gigantes, oferece uma vastidão de mistérios e maravilhas, esperando serem descobertos. Portanto, da próxima vez que histórias de titãs imponentes te tentarem, lembre-se da lei do quadrado-cubo e embarque em uma verdadeira busca pelo conhecimento. Afinal, o mundo está repleto de maravilhas genuínas, sem a necessidade de gigantes.