Homem tenta mudar idade em tribunal para ter mais sucesso no Tinder

por Lucas Rabello
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Em um mundo onde os encontros online se tornaram cada vez mais populares, a busca incomum de um homem por amor chamou a atenção global. Conheça Emile Ratelband, um holandês de 75 anos, palestrante motivacional e ex-político, que ganhou manchetes em 2018 por sua abordagem não convencional para enfrentar a discriminação etária no cenário dos encontros digitais.

A história de Ratelband começou quando ele tinha 69 anos e decidiu tentar a sorte no Tinder, um dos aplicativos de encontros mais usados. No entanto, ele rapidamente descobriu que sua idade estava se tornando uma barreira significativa. Ele percebeu que menos pessoas estavam deslizando para a direita em seu perfil, e sentiu que estava sendo rejeitado com mais frequência. Essa experiência o levou a acreditar que sua idade era o principal fator que o impedia de ter sucesso no mundo dos encontros online.

Em vez de aceitar essa discriminação etária percebida, Ratelband decidiu dar um passo extraordinário. Ele entrou com um pedido legal para mudar oficialmente sua idade, esperando se tornar 20 anos mais jovem no papel. Seu argumento era simples: se ele pudesse se apresentar legalmente como tendo 49 em vez de 69 anos, ele acreditava que teria mais sorte em vários aspectos da vida, incluindo nos encontros.

A justificativa de Ratelband ia além de apenas melhorar suas perspectivas de encontros. Ele afirmava que ser legalmente mais jovem abriria novas oportunidades em outras áreas de sua vida também. Ele argumentava que, com uma idade oficial mais jovem, poderia comprar uma nova casa, dirigir um carro diferente e assumir mais trabalhos. Em sua mente, essa mudança de idade o colocaria em uma “posição luxuosa” tanto pessoalmente quanto profissionalmente.

No entanto, a campanha de Ratelband rapidamente se tornou controversa, particularmente devido às comparações que ele fez entre mudar a idade e mudar o gênero. Ele argumentou que, em uma época em que as pessoas podem mudar seus nomes e gêneros, elas também deveriam poder mudar sua idade. Essa comparação levantou sobrancelhas e atraiu críticas de muitos, especialmente da comunidade transgênero.

Apesar da controvérsia, Ratelband seguiu em frente com sua batalha legal. Ele levou seu caso ao tribunal, argumentando que se sentia física e mentalmente muito mais jovem do que sua idade real – mais próximo de 40 ou 45 anos – e que sua idade legal deveria refletir isso. Ele enquadrou seu pedido como uma questão de liberdade pessoal, traçando paralelos com outras formas de mudanças de identidade que são legalmente reconhecidas.

No entanto, o tribunal não concordou com Ratelband. Em dezembro de 2018, eles decidiram contra seu pedido de mudar legalmente sua idade. O juiz explicou que a idade de uma pessoa está vinculada a muitos direitos legais e mudá-la causaria inúmeras complicações no sistema legal. Embora reconhecendo o direito de Ratelband de se sentir e agir mais jovem do que sua idade real, o tribunal enfatizou que esse sentimento não justificava a alteração de documentos oficiais.

Esse caso, embora incomum, provocou debates interessantes sobre discriminação etária, identidade pessoal e os limites do reconhecimento legal da auto-percepção.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.