Jeffrey Dahmer, um dos serial killers mais notórios da história dos Estados Unidos, teve um fim tão violento quanto seus próprios crimes. Quem o matou? Christopher Scarver, um homem que já cumpria pena por homicídio e que, em 1994, decidiu fazer justiça com as próprias mãos. Mas o que levou Scarver a atacar Dahmer? E será que ele agiu sozinho?
Dahmer, conhecido como o “Canibal de Milwaukee”, foi condenado a 16 prisões perpétuas em 1992 após confessar o assassinato de 17 homens e adolescentes entre 1978 e 1991. Seus crimes incluíam atos de extrema violência, como desmembramento, necrofilia e até canibalismo. Apesar da gravidade, ele cumpria pena em uma cela comum na Columbia Correctional Facility, no estado de Wisconsin, onde dividia espaços com outros presos.
Dois anos após o início da sentença, em 28 de novembro de 1994, Dahmer foi espancado até a morte por Christopher Scarver, então com 25 anos. Scarver, que já estava preso por um homicídio cometido em 1990, nunca havia interagido diretamente com Dahmer, mas carregava consigo um sentimento de repúdio. Ele guardava no bolso um recorte de jornal que detalhava os crimes do canibal, incluindo a forma como ele mutilava e devorava partes de suas vítimas.
Christopher Scarver
Tudo começou durante uma tarefa de limpeza na prisão. Dahmer, Scarver e outro preso, Jesse Anderson, foram designados para limpar o ginásio e os banheiros. Segundo relatos, os guardas os deixaram sem algemas e desapareceram do local. Scarver contou que, enquanto enchia um balde de água, sentiu algo cutucando suas costas. Ao se virar, viu Dahmer e Anderson rindo baixinho. Não soube dizer qual dos dois o provocou, mas a situação acendeu sua raiva.
Após a limpeza, Scarver seguiu Dahmer até o vestiário. Ele havia pegado uma barra de metal de 20 centímetros (cerca de 5 kg) no ginásio e, ao confrontar o serial killer, mostrou-lhe o artigo do jornal. “Perguntei se ele tinha feito aquelas coisas, porque eu estava profundamente enojado. Ele ficou chocado. Sim, ficou”, disse Scarver em entrevista ao New York Post em 2015. “Ele logo começou a procurar uma saída. Eu o bloqueiei.”
O ataque foi brutal. Scarver espancou Dahmer até a morte e, em seguida, partiu para cima de Jesse Anderson, que cumpria pena por assassinar a própria esposa. Anderson também não resistiu. Scarver afirmou que o homem “parou por um segundo e olhou em volta”, como se buscasse ajuda, mas não havia guardas por perto.
Milwaukee Police Department
Apesar de confessar os crimes, Scarver acredita que foi manipulado. Ele alega que os funcionários da prisão o deixaram intencionalmente sozinho com Dahmer e Anderson, sugerindo um possível conluio para eliminar o canibal. “Eles tiveram algo a ver com o que aconteceu”, disse. “Os guardas sumiram logo antes do ataque.”
Scarver, hoje com 54 anos, cumpre três prisões perpétuas em uma penitenciária no Colorado. Ele não se arrepende do que fez e mantém a versão de que Dahmer “merecia” o destino. Já a prisão nunca confirmou as acusações de participação dos guardas, e o caso segue envolto em mistério.
A morte de Dahmer levantou debates sobre a segurança de presos de alta notoriedade e a possibilidade de “justiça” dentro do sistema carcerário. Enquanto alguns veem Scarver como um vigilante, outros questionam se a violência foi realmente espontânea ou parte de um plano maior.
O que se sabe é que, mesmo atrás das grades, Dahmer não escapou das consequências de seus atos. E Scarver, por mais controverso que seja, tornou-se um nome ligado para sempre ao fim sombrio de um dos assassinos mais temidos do século XX.
