Homem que bebia sete litros de refrigerante por dia durante dez anos teve impactos assustadores em seu corpo Homem que bebia sete litros de refrigerante por dia durante dez anos teve impactos assustadores em seu corpo

por Lucas Rabello
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Em um mundo onde refrigerantes são vistos como um complemento comum em escritórios, eventos e até em casa, um caso médico chocante revela como o consumo excessivo dessa bebida pode desencadear uma série de problemas graves.

A história de um homem de 48 anos, conhecido pelas iniciais BA, serve de alerta para quem acredita que ingerir litros de refrigerante por dia é inofensivo. O relato, divulgado pelo canal do YouTube Chubbyemu, especializado em casos médicos, expõe uma realidade assustadora: o que começou como um hábito aparentemente normal se transformou em uma crise de saúde com consequências quase fatais.

Tudo começou quando BA, aos 30 anos, mudou de emprego. A nova empresa oferecia refrigerante de graça e ilimitado para os funcionários. O que parecia um benefício tentador logo se tornou um vício.

Inicialmente, ele consumia quantidades moderadas, mas, com o tempo, a ingestão diária foi aumentando até chegar a sete litros por dia — equivalente a cerca de 28 latas de 250 ml. O hábito persistiu por mais de uma década, período em que BA não percebeu os sinais de que seu corpo estava entrando em colapso.

Um dos primeiros sintomas foi a sede constante. Mesmo bebendo refrigerante em grandes quantidades, BA acordava com a boca seca e recorria à bebida açucarada para aliviar o desconforto.

Homem que bebia sete litros de refrigerante por dia durante dez anos teve impactos assustadores em seu corpo

Quanto mais ele bebia, mais sede sentia, criando um ciclo vicioso. As idas ao banheiro se tornaram frequentes — até dez vezes em duas horas —, um claro indicativo de que seu organismo estava sobrecarregado. Além disso, ele começou a sentir falta de ar, dores estomacais e uma névoa cerebral que afetava sua capacidade de se comunicar, resultando em dificuldade para articular palavras.

O ápice ocorreu quando BA desmaiou no trabalho e foi levado às pressas para o hospital. Os exames revelaram que ele estava em coma diabético, com níveis de açúcar no sangue extremamente elevados há pelo menos três meses.

O diagnóstico também apontou pressão alta, colesterol elevado e um quadro grave de hipocalemia — condição caracterizada pela queda drástica de potássio no sangue, essencial para o funcionamento de músculos e nervos. Os médicos descobriram que seus rins estavam falhando e que as fibras musculares estavam se decompondo, liberando substâncias tóxicas na corrente sanguínea, um fenômeno conhecido como rabdomiólise.

O mais surpreendente foi que, mesmo durante a internação, BA continuou a consumir refrigerante. Sua esposa levava as bebidas para o hospital, ignorando os riscos. A equipe médica só percebeu a gravidade do vício quando um estudante observou a entrega das latinhas e investigou a relação entre os sintomas e o consumo excessivo da bebida. A combinação de açúcar e cafeína, presentes nos refrigerantes, explicava boa parte do quadro clínico.

O açúcar em quantidades exorbitantes — como as presentes em sete litros de refrigerante — sobrecarrega os rins. Em condições normais, esses órgãos filtram o sangue, retendo água e nutrientes. No entanto, o excesso de glicose faz com que a água seja eliminada junto com o açúcar na urina, desidratando o corpo e provocando perda de eletrólitos, como o potássio. Já a cafeína age como um diurético, aumentando a produção de urina e agravando a desidratação.

Homem que bebia sete litros de refrigerante por dia durante dez anos teve impactos assustadores em seu corpo

Além disso, ela interfere em moléculas que ajudam os vasos sanguíneos a se dilatarem, reduzindo o fluxo de sangue para órgãos vitais e impedindo a reabsorção de sódio nos rins, o que acelera a perda de líquidos.

Esses mecanismos explicam por que BA, mesmo recebindo soro intravenoso no hospital, continuava a produzir quantidades anormais de urina — 15 litros em um dia, contra os 3,7 litros administrados pelos médicos. A água passava direto por seu corpo, arrastando consigo o pouco potássio que tentavam repor. Sem esse mineral, os músculos enfraquecem, o coração pode entrar em arritmia e as funções nervosas ficam comprometidas.

A recuperação só começou quando BA foi orientado a cortar totalmente os refrigerantes. Após abandonar o hábito, seus níveis de potássio voltaram ao normal, os rins recuperaram a função e a fraqueza muscular desapareceu.

No entanto, o caso deixou marcas permanentes. O diabetes tipo 2, desenvolvido ao longo dos anos de consumo excessivo, exigiu mudanças radicais na alimentação e no estilo de vida. Além disso, os danos causados pela hipocalemia e pela rabdomiólise serviram como um alerta sobre os limites do corpo humano.

Mas e os refrigerantes zero açúcar ou sem cafeína? O médico responsável pelo caso ressalta que mesmo essas versões não são totalmente seguras. Bebidas dietéticas contêm adoçantes artificiais, que, em excesso, podem alterar o metabolismo e a microbiota intestinal. Já a ausência de cafeína não elimina outros riscos, como a erosão dental e a possibilidade de substituir o refrigerante por outros hábitos pouco saudáveis.

O caso de BA ilustra como o consumo crônico de refrigerante, mesmo em versões “light”, pode desequilibrar o organismo. A mensagem dos especialistas é clara: o refrigerante deve ser consumido com moderação, preferencialmente em ocasiões esporádicas. Em ambientes onde a bebida é oferecida gratuitamente, como em alguns escritórios, a tentação de exagerar é grande, mas os riscos à saúde são ainda maiores. Para quem busca hidratação, a água ainda é a opção mais eficaz e segura.

Enquanto BA reconstrói sua vida longe dos refrigerantes, sua história permanece como um exemplo extremo — porém real — de como escolhas diárias, aparentemente simples, podem ter impactos profundos na saúde. A próxima vez que você vir uma máquina de refrigerante gratuita, lembre-se de que cada gole carrega consequências que vão muito além do momento.

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.