Logan Gifford, de Las Vegas, vive uma situação familiar extraordinária que mistura tragédia, cuidado e um enigma genético. Recentemente, ele obteve uma vitória judicial significativa: a custódia física e legal temporária exclusiva de seu irmão mais novo.
Mas esta custódia é apenas um capítulo numa história muito mais complexa e perturbadora, centrada numa dúvida angustiante: será que o irmão que ele criou desde os 11 anos é, na verdade, seu próprio filho?
A história remonta a 2015. Na época, Logan, então com 16 anos, fez uma acusação chocante: sua mãe, Doreene Gifford, o abusou sexualmente desde os 10 anos de idade. O caso avançou rapidamente.
Logan falou sobre sua busca para obter a custódia total do irmão (8 News Now)
No mesmo ano, Doreene foi condenada pelas acusações de tentativa de agressão sexual, incesto e libertinagem com uma criança menor de 14 anos. A sentença foi de 8 a 20 anos de prisão. Importante notar que Doreene optou por uma “Alford plea”, ou seja, não admitiu culpa, mas reconheceu que a acusação tinha provas suficientes para condená-la. Ela sempre manteve sua inocência.
Durante o período em que a mãe esteve presa, Logan assumiu integralmente os cuidados do irmão mais novo. Este irmão possui deficiências e necessita de cuidados especializados tanto em casa quanto na escola.
Foi nessa convivência intensa e na sombra do passado traumático que uma suspeita perturbadora começou a tomar forma na mente de Logan. Ele passou a questionar se o menino que ele tratava como irmão poderia, na realidade, ser fruto do abuso sofrido por ele mesmo, perpetrado pela mãe.
Doreene Gifford foi libertada sob condicional em julho de 2024. Sua liberdade trouxe imediatamente um novo desafio para Logan: garantir a custódia permanente do irmão mais novo, protegendo-o e mantendo a estabilidade que construíram juntos.
Para esclarecer a dúvida crucial sobre a paternidade, Logan solicitou um teste de DNA mais cedo neste ano. Os resultados chegaram no final de julho, mas, longe de trazerem clareza, apresentaram um novo quebra-cabeça.
Logan compartilhou um update com seus seguidores no TikTok no final de julho, incluindo uma captura de tela de uma reportagem sobre o teste. Os resultados foram considerados inconclusivos de uma maneira peculiar. O laboratório informou uma probabilidade de paternidade de 99,9% tanto para Logan quanto para seu pai biológico, Theodore “Ted” Gifford. Como isso é possível?
Logan disse que atualmente tem a custódia e que sua próxima audiência no tribunal de família será em setembro (8 News Now)
A explicação está na genética. Pais e filhos biológicos compartilham aproximadamente 50% do seu DNA. Irmãos biológicos também compartilham cerca de 50% do DNA entre si.
Portanto, se Logan e seu irmão mais novo são efetivamente irmãos (filhos do mesmo pai, Theodore), o teste padrão de paternidade pode indicar uma alta probabilidade para ambos os homens, pois ambos têm uma correspondência genética significativa com a criança. Diferenciar se Logan é o pai ou apenas o irmão requer análises mais específicas e avançadas, que examinam marcadores genéticos mais detalhados.
O juiz Vincent Ochoa, da Vara de Família do Condado de Clark, reconheceu essa complexidade em uma audiência em 31 de julho. Ele comentou que o resultado não era surpreendente e que essa possibilidade deveria ter sido considerada desde o início.
Diante do resultado inconclusivo do teste inicial, o juiz Ochoa decidiu adiar decisões sobre testes adicionais mais avançados. Ele delegou essa avaliação aos advogados de Logan, que agora precisarão investigar e recomendar os métodos laboratoriais modernos e mais precisos disponíveis para tentar resolver definitivamente a questão biológica.
No seu comunicado, Logan foi enfático sobre suas prioridades: “Isso é sobre fazer o certo pelo meu irmão. Meu objetivo é garantir a segurança, estabilidade e bem-estar dele a longo prazo”. Ele reforçou o compromisso com a ciência, afirmando: “Estamos levando a ciência a sério, e minha equipe jurídica e eu vamos seguir em frente com cuidado ponderado e urgência”.
O próximo passo legal está marcado para 24 de setembro, às 11h, novamente na Vara de Família do Condado de Clark. Enquanto isso, Logan continua sendo o responsável legal e cuidador do irmão, enfrentando uma incerteza biológica profunda enquanto luta para proteger a criança que considera família, independentemente do laço de sangue que os une. O caso permanece aberto, aguardando novas análises de DNA e decisões judiciais que possam, finalmente, desvendar este intricado mistério familiar.