O governo brasileiro anunciou oficialmente sua decisão em relação ao horário de verão para 2024. O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou que o país não implementará a mudança de horário no próximo ano, apesar das considerações anteriores devido às severas condições de seca.
“Concluímos que não há necessidade de horário de verão nesta próxima temporada. Nossa segurança energética está garantida”, afirmou Silveira durante uma coletiva de imprensa na sede do ministério em Brasília. O anúncio ocorreu após uma reunião crucial com representantes do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Os estudos técnicos do ministério revelaram que as previsões de chuvas melhoradas e os níveis satisfatórios dos reservatórios eliminaram a necessidade imediata de implementar o horário de verão. No entanto, o governo planeja reavaliar a possibilidade de reintroduzir a medida em 2025, dependendo das condições climáticas e energéticas.
O momento da decisão também teve um papel significativo. “O pico do custo-benefício do horário de verão ocorre entre outubro e meados de dezembro”, explicou Silveira. “Se decretássemos agora, a implementação só entraria em vigor em meados de novembro, resultando em benefícios mínimos considerando o período de adaptação necessário para vários setores.”
Dados recentes do Datafolha mostram que a população brasileira continua dividida sobre a questão. Uma pesquisa realizada no início de outubro, envolvendo 2.029 participantes de 113 cidades, revelou que 47% dos brasileiros apoiam o retorno do horário de verão, enquanto uma porcentagem igual se opõe. Os 6% restantes expressaram indiferença à iniciativa.
A prática de adiantar os relógios em uma hora visava tradicionalmente reduzir o consumo de energia durante os horários de pico, tipicamente entre 18h e 21h. O Brasil suspendeu essa prática em 2019 devido a mudanças nos padrões de consumo que diminuíram sua eficácia. A mudança de horário historicamente afetou vários aspectos da vida cotidiana, desde operações comerciais até a segurança pública.
Profissionais de saúde observaram que mudanças repentinas de horário podem afetar os padrões de sono e a produção de hormônios, particularmente os níveis de melatonina e cortisol. Essas perturbações geralmente resultam em fadiga temporária e irregularidades no ciclo de sono durante o período de adaptação.
O setor empresarial, especialmente restaurantes e estabelecimentos comerciais, historicamente apoiou o horário de verão, citando o aumento da atividade dos clientes durante as horas extras de luz do dia. No entanto, a atual estabilidade do setor energético reduziu a urgência de implementar tais medidas.