Na última terça-feira, 10 de janeiro, o Corpo de Bombeiros de Belo Horizonte, Minas Gerais, recebeu um chamado para retirar uma “pequena onça” do bairro Belvedere e a capturou, soltando-a em uma floresta próxima.
Porém, posteriormente foi revelado que o animal em questão era na verdade um gato Bengal, avaliado em R$ 7 mil reais, chamado “Massinha”. O ocorrido tem preocupado o tutor da gata, Rodrigo Calil, veterinário.
Calil disse que os bombeiros não deveriam ter conseguido capturar o animal sem antes ter feito uma triagem, apontando a falta de capacidade técnica e expertise dos bombeiros no trato com animais silvestres. Ele também disse que, mesmo que fosse um animal silvestre, ainda assim seria necessária uma triagem.
Segundo Calil, ele saiu de casa às 7h e, ao retornar, encontrou o animal, de 7 meses e muito dócil, desaparecido do apartamento. Ele vasculhou a mata próxima a fim de localizar Massinha, que possui um microchip de identificação, mas não foi encontrada.

Moradores do condomínio haviam enviado mensagens em grupo avisando sobre uma “onça” que estaria perto do elevador, o que motivou a ligação para o Corpo de Bombeiros. A corporação informou que foi chamado porque “o animal estava solto, perambulando pelo local há cerca de dois dias, agressivo, sem sinais ou indícios de que pudesse ser doméstico e/ou de estimação”.
Segundo nota divulgada pelo Corpo de Bombeiros, o animal foi capturado com segurança e solto em local mais afastado desse perímetro urbanizado, seguindo o protocolo padrão para ocorrências envolvendo animais silvestres. No entanto, a declaração também observa que não havia coleira ou outra identificação visível no animal, o que poderia ter evitado que o erro acontecesse em primeiro lugar.
Gata foi reencontrada
Calil, junto com um grupo de amigos e voluntários, passou várias horas na mata em busca de seu animal de estimação.
O gato acabou sendo localizado e resgatado usando uma câmera termográfica. Segundo Rodrigo, o gato deveria ter sido microchipado e registrado no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) antes de ser solto na natureza.
“Ela deveria ter sido levada para o Ibama e passado, no mínimo, por uma microchipagem porque ela tem um microchip com todos os meus dados. Foi um dia surreal, um dia que fiquei indignado com vários erros sucessivos, um dia de exaustão. Minha filha chorou muito e pediu para voltar ao local durante a noite. A madrinha dela escutou a gata e voltamos com a câmera térmica”, conta Calil.