França ordena que hospitais estejam “prontos para a guerra” enquanto Alemanha emite alerta severo

por Lucas Rabello
2,5K visualizações

Hospitais franceses receberam recentemente instruções inusitadas: começar a se preparar para um possível “grande engajamento militar” no continente europeu. A notícia repercutiu rapidamente porque o ano de 2025 tem sido marcado por tensões internacionais e discursos cada vez mais voltados para a possibilidade de um conflito em larga escala.

Nos últimos meses, líderes de diferentes países já deixaram claro que a situação exige atenção. Mark Rutte, secretário-geral da OTAN, declarou que as nações europeias precisam reforçar suas defesas “ou aprender russo”. Na Alemanha, o governo chegou a recomendar que professores orientassem alunos sobre cenários de guerra. E a União Europeia apresentou a ideia de um “kit de sobrevivência de 72 horas” para os cidadãos.

A França agora surge no centro desse debate. De acordo com o jornal francês Le Canard enchaîné, o Ministério da Saúde enviou uma carta a hospitais de todo o país solicitando que estejam prontos para receber soldados franceses e estrangeiros feridos. O documento, assinado pela ministra Catherine Vautrin, definiu março de 2026 como prazo para que as unidades médicas estejam aptas a lidar com essa possibilidade.

No início, houve desconfiança sobre a veracidade do comunicado, já que o veículo responsável pela divulgação é conhecido por seu tom satírico. Porém, a própria ministra confirmou a autenticidade da carta. Segundo informações divulgadas, o planejamento inclui a criação de áreas médicas próximas a portos e aeroportos, de modo a facilitar o transporte de feridos em caso de necessidade.

Os relatos foram confirmados pela ministra da Saúde da França, Catherine Vautrin

Os relatos foram confirmados pela ministra da Saúde da França, Catherine Vautrin

Catherine Vautrin procurou acalmar a população em entrevistas televisivas, ressaltando que se trata de um exercício de preparação diante de possíveis crises. “É perfeitamente normal que o país antecipe situações de risco e suas consequências. Isso faz parte da prevenção, assim como o estoque estratégico de suprimentos”, declarou. A ministra ainda mencionou a pandemia de Covid-19 como exemplo de como a França foi pega desprevenida no passado.

O alerta francês também coincide com movimentos da Alemanha. O general Carsten Breuer, chefe da defesa alemã, informou à OTAN que seu país estará “em guarda” durante os próximos exercícios militares russos. As manobras conjuntas entre Rússia e Belarus, chamadas Zapad 2025, estão marcadas para ocorrer de 12 a 16 de setembro em território bielorrusso, que faz fronteira com Polônia, Lituânia e Letônia, todos membros da OTAN.

Apesar das preocupações, Breuer fez questão de ressaltar que não há sinais de que a Rússia esteja usando os exercícios como cobertura para um ataque. “Não temos qualquer indicação de que preparativos para uma ofensiva estejam sendo feitos sob o disfarce das manobras. Mas estaremos atentos, não apenas as forças alemãs, como toda a OTAN”, afirmou ao jornal britânico The Guardian.

Essa combinação de medidas de precaução, alertas militares e discursos firmes de autoridades reforça a percepção de que o clima de incerteza está em alta no continente europeu.

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.
Ver todos os posts de Lucas Rabello