Filho do homem que matou o abusador de seu filho ao vivo na TV revela novos detalhes chocantes sobre o assassinato Filho do homem que matou o abusador de seu filho ao vivo na TV revela novos detalhes chocantes sobre o assassinato

por Lucas Rabello
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Imagine uma criança de 11 anos, desaparecida por duas semanas angustiantes. Essa era a realidade de Jody Plauché em fevereiro de 1984. O responsável? Seu próprio instrutor de caratê, Jeffrey Doucet. Por anos, Doucet havia manipulado e abusado sexualmente do garoto. O sequestro para um motel em Anaheim, Califórnia, parecia ser o capítulo final desse pesadelo.

O resgate veio de forma inesperada. Doucet, num momento de descuido, permitiu que Jody ligasse para sua mãe. Esse telefonema foi o rastro que a polícia precisava. Localizaram o motel, resgataram Jody e prenderam Doucet. O plano era transportar o acusado de volta para Baton Rouge, Louisiana, para enfrentar a justiça pelos crimes de sequestro e abuso sexual.

Jeffrey Doucet foi preso em 1984 (Orange County Sheriff)

Jeffrey Doucet foi preso em 1984 (Orange County Sheriff)

O aeroporto de Baton Rouge se transformou em palco de um acontecimento que chocaria o país. No dia 16 de março de 1984, enquanto Doucet, algemado e sob custódia policial, desembarcava, as câmeras de um canal local de notícias, o WBRZ, registravam a cena. Entre as pessoas no local, um homem parecia distraído, usando um boné e falando ao telefone. Era Gary Plauché, pai de Jody.

O que aconteceu em seguida foi gravado e se tornou uma imagem icônica, embora perturbadora. Gary se aproximou de Doucet por trás, sacou uma pistola e disparou um tiro na cabeça do instrutor de caratê. Doucet morreu no dia seguinte. Gary foi imediatamente detido. A pergunta que ecoou foi: como ele soube exatamente o momento de agir, no meio do movimento e das pessoas?

Por quatro décadas, o momento exato do disparo foi analisado, mas um detalhe crucial permaneceu desconhecido do público. Recentemente, Mikey Plauché, outro filho de Gary e irmão de Jody, revelou uma peça fundamental do quebra-cabeça. Ele explicou que seu pai conhecia muito bem o funcionamento das câmeras de televisão. Gary havia trabalhado como câmeraman para aquela mesma emissora, o WBRZ.

Essa experiência profissional foi decisiva. Enquanto esperava no aeroporto, Gary não estava apenas olhando para Doucet. Ele estava atento à luz vermelha da câmera da WBRZ. Essa pequena luz indicava quando a câmera estava ao vivo, transmitindo. Gary sabia que no momento em que aquela luz acendesse, as atenções estariam voltadas para Doucet e ele teria a oportunidade. Foi seguindo a luz da câmera que ele soube precisamente quando se virar e disparar.

As consequências legais para Gary Plauché foram atípicas. Ele foi inicialmente acusado de assassinato em segundo grau. No entanto, aceitou um acordo judicial, declarando-se sem contestação para a acusação menor de homicídio culposo (manslaughter).

A sentença foi uma pena suspensa de sete anos, mais cinco anos de liberdade condicional e 300 horas de serviço comunitário. Ele nunca chegou a cumprir tempo na prisão.

Gary Plauché sabia o momento exato de se virar (X/@jplauche)

Gary Plauché sabia o momento exato de se virar (X/@jplauche)

Anos mais tarde, Gary deixou claro que não se arrependia de seu ato. Em uma entrevista, afirmou categoricamente que faria tudo novamente se necessário. Jody Plauché, por sua vez, demonstrou uma resiliência notável ao longo dos anos.

Em uma declaração recente, ele expressou uma visão surpreendente sobre sua própria vida, apesar do trauma profundo que sofreu na infância. Ele afirmou que não trocaria sua vida, conhecendo todo o seu percurso e como as coisas se desenrolaram.

A revelação sobre a luz da câmera, feita décadas depois pelo irmão de Jody, adiciona uma nova camada de complexidade a um caso que já era intensamente discutido. Mostra um planejamento minucioso no calor de um ato de extrema violência motivado por um profundo instinto paternal.

O conhecimento técnico de Gary sobre transmissão televisiva se tornou uma parte crucial da execução de um crime que continua a gerar debate sobre justiça, vingança e os limites da proteção familiar.

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.
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