Mulher revela o que viu após morrer em mesa de cirurgia e ‘entrar em terceiro estado entre a vida e a morte’

por Lucas Rabello
10,2K visualizações

No campo das experiências de quase-morte, poucos relatos são tão intrigantes quanto o de Nanci Danison, uma ex-advogada de Ohio, EUA, que afirma ter entrado em um “terceiro estado” de ser durante um procedimento médico em 1994. Sua história desafia nossa compreensão da vida, da morte e da própria natureza da consciência.

A experiência de Danison começou quando ela se submeteu a uma cirurgia para um diagnóstico suspeito de câncer de mama. O que deveria ter sido um procedimento de rotina tomou um rumo inesperado quando ela sofreu uma reação fatal ao anestésico. Foi nesse momento que, segundo Danison, ela realmente “acordou”.

O Despertar Inesperado

De acordo com Danison, a cessação de seus batimentos cardíacos não marcou o fim de sua consciência. Em vez disso, ela descreve um estado de consciência elevada que persistiu durante sua morte clínica. Essa experiência, afirma ela, permitiu-lhe testemunhar eventos tanto na sala de cirurgia quanto além dela.

Danison relata encontrar-se em um espaço liminar, que descreve como estando “entre a encarnação e a vida após a morte”. Nesse reino, ela diz ter encontrado amigos e entes queridos falecidos, embora não em suas formas humanas familiares. Em vez disso, ela os percebeu como “Seres de Luz” capazes de acessar memórias de sua vida.

O relato da advogada inclui descrições vívidas de observar a história da Terra em um formato “tipo documentário” e perceber seu próprio corpo na mesa de operação. Durante toda essa experiência, Danison relata uma consciência aguda de uma “Luz” penetrante.

Revelações e Transformações

O relato de Danison toma um rumo ainda mais extraordinário ao descrever sua fusão com os “Seres de Luz” e a experiência de suas vidas físicas. Ela compara isso a uma simulação de realidade virtual sofisticada, sugerindo um nível de imersão sensorial e emocional além de nossas capacidades tecnológicas atuais.

O ponto culminante da experiência de Danison, afirma, foi um encontro com o que ela chama de “Fonte” – uma entidade ou campo de energia que outros podem referir-se como Deus ou Criador. Durante essa interação, Danison relata ter testemunhado a criação do universo e recebido explicações sobre o significado e propósito da vida.

Talvez mais provocativo, Danison afirma que essa experiência revelou-lhe que todos os seres humanos são partes integrantes da “Fonte”, habitando temporariamente formas físicas. Ela compara a vida humana a um estado de sonho, do qual “acordamos” após a morte para retomar nossa existência espiritual.

As Consequências de uma Experiência de Quase-Morte

Ao recobrar a consciência, Danison encontrou sua visão de mundo irrevogavelmente alterada. A experiência a levou a fazer mudanças significativas em sua vida, incluindo deixar sua posição em um grande escritório de advocacia para iniciar uma prática solo. Ela também relata uma mudança em suas prioridades pessoais, colocando maior ênfase no cultivo de relacionamentos amorosos.

Impulsionada por um senso de missão, Danison escreveu vários livros detalhando suas experiências e os insights que afirma ter obtido. Seu trabalho contribuiu para o crescente corpo de literatura sobre experiências de quase-morte, desafiando as noções convencionais de consciência e vida após a morte.

Perspectivas científicas sobre Experiências de Quase Morte

As experiências de quase morte (EQMs) têm intrigado cientistas e pesquisadores por décadas, gerando um campo de estudo interdisciplinar que busca compreender esses fenômenos através de uma lente objetiva e empírica.

Neurocientistas e psicólogos têm proposto várias teorias para explicar as EQMs. Uma hipótese sugere que essas experiências podem ser resultado de alterações na química cerebral durante momentos de estresse extremo. Por exemplo, a liberação de endorfinas e outros neurotransmissores pode induzir sensações de paz e bem-estar, frequentemente relatadas por pessoas que passaram por EQMs.

Estudos recentes utilizando tecnologias de imageamento cerebral têm fornecido insights valiosos. Pesquisadores observaram atividade cerebral aumentada em certas regiões durante simulações de EQMs, sugerindo que o cérebro pode estar processando informações de maneira única nessas situações.

Outro aspecto investigado é a possível relação entre EQMs e alucinações induzidas por privação de oxigênio. Alguns cientistas argumentam que a falta de oxigênio no cérebro durante eventos críticos pode levar a experiências semelhantes às relatadas em EQMs.

A questão da consciência durante paradas cardíacas também tem sido objeto de estudo. Pesquisas em hospitais têm tentado verificar se pacientes podem realmente perceber eventos ao seu redor durante estados de morte clínica, usando métodos como a colocação de imagens ocultas em salas de cirurgia.

Apesar dos avanços, muitos aspectos das EQMs permanecem inexplicados pela ciência atual. A natureza subjetiva dessas experiências e a dificuldade em replicá-las em condições controladas apresentam desafios significativos para os pesquisadores.

É importante notar que a abordagem científica não busca necessariamente desacreditar as EQMs, mas sim entender os mecanismos subjacentes a elas. Muitos cientistas reconhecem o profundo impacto que essas experiências podem ter na vida das pessoas, independentemente de sua origem.

A pesquisa contínua nessa área promete não apenas elucidar os mistérios das EQMs, mas também aprofundar nossa compreensão da consciência humana e dos limites entre a vida e a morte. À medida que novas tecnologias e metodologias são desenvolvidas, é provável que surjam insights ainda mais fascinantes sobre esse fenômeno complexo e multifacetado.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.