Gêmeas idênticas revelam resultados impressionantes após uma usar botox por 20 anos e a outra não

por Lucas Rabello
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Um estudo conduzido pelo pesquisador William J. Binder trouxe insights únicos sobre os efeitos de longo prazo do uso de Botox, acompanhando um par de irmãs gêmeas idênticas durante quase duas décadas.

A pesquisa, iniciada quando as gêmeas tinham 38 anos, analisou as mudanças faciais de cada uma delas: uma irmã recebeu aplicações regulares de Botox, enquanto a outra optou por um estilo de vida mais natural.

A Gêmea 2 realizou tratamentos consistentes na testa e na região glabelar (entre as sobrancelhas) aproximadamente três vezes ao ano, acumulando pelo menos 26 aplicações desde os 21 anos. Por outro lado, a Gêmea 1 recebeu apenas duas aplicações de Botox durante todo o período do estudo, em 1999 e 2003.

O Mecanismo do Tratamento

A toxina botulínica, popularmente conhecida como Botox, age interferindo em sinais químicos específicos entre os nervos e os músculos. Quando injetada, ela bloqueia temporariamente a comunicação que provoca as contrações musculares, impedindo o movimento na área tratada.

Esse mecanismo é especialmente eficaz para tratar rugas faciais, como as linhas de expressão na testa e os famosos “pés de galinha” ao redor dos olhos. Além da estética, o Botox também é usado na medicina para tratar condições como espasmos no pescoço, suor excessivo e enxaquecas crônicas.

A Gêmea 1 (à esquerda) apresentava rugas mais perceptíveis após 13 anos com uso mínimo de Botox (Sociedade Americana de Cirurgia Dermatológica).

A Gêmea 1 (à esquerda) apresentava rugas mais perceptíveis após 13 anos com uso mínimo de Botox (Sociedade Americana de Cirurgia Dermatológica).

Mudanças Documentadas ao Longo do Tempo

A primeira fase do estudo, concluída em 2006, revelou diferenças significativas entre as gêmeas. A Gêmea 2, que fazia tratamentos regulares, apresentava uma pele visivelmente mais lisa e rugas menos profundas na testa. O contraste era particularmente evidente ao comparar a profundidade das linhas na testa e a presença de pés de galinha ao redor dos olhos durante expressões faciais.

As linhas ao redor dos olhos da Gêmea 1 (à esquerda) eram mais evidentes (Sociedade Americana de Cirurgia Dermatológica)

As linhas ao redor dos olhos da Gêmea 1 (à esquerda) eram mais evidentes (Sociedade Americana de Cirurgia Dermatológica)

Na segunda avaliação, realizada em 2012, quando ambas tinham 44 anos, as diferenças tornaram-se ainda mais evidentes. A Gêmea 2 desenvolveu algumas rugas ao redor dos olhos e da boca, mas elas eram consideravelmente menos pronunciadas do que as da Gêmea 1. Um detalhe curioso observado foi a diferença na aparência do maxilar das gêmeas, com a Gêmea 1 apresentando um maxilar mais cheio. No entanto, o estudo não conseguiu determinar se o Botox foi um fator nesse resultado.

Fatores Ambientais e Estilo de Vida

Apesar da semelhança genética, as gêmeas viviam em locais diferentes: a Gêmea 1 morava em Munique, na Alemanha, enquanto a Gêmea 2 residia em Los Angeles, nos Estados Unidos. No entanto, seus estilos de vida apresentavam notáveis semelhanças, ajudando a controlar variáveis externas.

A Gêmea 1 (à direita) parecia ter um rosto e um maxilar mais cheio após 19 anos com uso mínimo de Botox (Sociedade Americana de Cirurgia Dermatológica).

A Gêmea 1 (à direita) parecia ter um rosto e um maxilar mais cheio após 19 anos com uso mínimo de Botox (Sociedade Americana de Cirurgia Dermatológica).

Ambas tinham carreiras em ambientes fechados, mas mantinham estilos de vida ativos ao ar livre e usavam protetor solar diariamente. O estudo destacou ainda que nenhuma das gêmeas fumava ou havia passado por outros procedimentos estéticos, como tratamentos a laser ou de rejuvenescimento da pele.

Essa consistência nos fatores de estilo de vida levou os pesquisadores a concluírem que as aplicações regulares de Botox foram o principal diferencial na aparência facial das gêmeas.

A pesquisa sugere que o uso consistente e de longo prazo do Botox pode influenciar tanto a função muscular quanto o comportamento, reduzindo a frequência das contrações musculares ao longo do tempo. Essa adaptação pode ajudar a prevenir o desenvolvimento de linhas profundas e marcadas, seja por meio do efeito direto no músculo ou pela modificação dos padrões de movimento facial.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.