Uma espiral de luz branca brilhante surgiu no céu noturno do Ártico, ofuscando temporariamente as auroras. Esse espetáculo, conhecido como “espiral da SpaceX”, foi causado por um foguete da SpaceX liberando satélites em órbita terrestre baixa, deixando para trás uma nuvem de combustível congelado.
No dia 4 de março, às 17:05 EST, um foguete Falcon 9 foi lançado da Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia. Essa missão, denominada Transport-10, carregou 53 satélites para diversas empresas comerciais espaciais. Após duas horas, esses satélites foram colocados em órbita. O segundo estágio do foguete, já separado do impulsionador de primeiro estágio, começou sua desorbita e desintegrou-se sobre o Mar de Barents, no Ártico. Durante esse processo, o combustível restante foi expelido, congelando em cristais que formaram uma espiral e refletiram a luz solar em direção à Terra.
Shang Yang, um fotógrafo de auroras, capturou uma imagem desse fenômeno perto de Akureyri, na Islândia, aproximadamente à 1h da manhã, horário local, em 5 de março. “Parecia de outro mundo contra as Luzes do Norte”, disse Yang ao Spaceweather.com. Esse evento durou cerca de 10 minutos antes de desaparecer. O redemoinho de luz também foi visto durante uma transmissão ao vivo de aurora na Islândia e fotografado na Finlândia e na Noruega, onde apareceu com uma cor azul marcante.
Essas espirais da SpaceX, embora raras, estão se tornando mais frequentes com o aumento dos lançamentos da SpaceX. Um evento semelhante ocorreu em abril de 2023, quando uma espiral azul apareceu durante uma exibição de aurora no Alasca. O Telescópio Subaru, no Mauna Kea, no Havaí, capturou esse fenômeno duas vezes: em abril de 2022 e janeiro do ano anterior. Diversos fatores, incluindo a taxa de rotação do impulsionador, o horário do dia e a orientação do foguete em relação à Terra e ao Sol, afetam a visibilidade dessas espirais.
O astrofotógrafo Olivier Staiger antecipou a espiral ártica resultante da missão Transport-10. Ele deduziu que a carga útil diversificada da missão exigiria um giro incomum durante a implantação, fazendo com que o foguete ainda estivesse girando rapidamente quando liberou seu combustível. Staiger também prevê outra espiral significativa da SpaceX sobre a Islândia e outras regiões do Ártico após o lançamento da missão Transporter-12 em outubro deste ano.
