Quando falamos em animais perigosos, com mordidas extremamente fortes, ninguém pensa nos sapos. Mas talvez o Beelzebufo ampinga faça você rever os seus conceitos. Este sapo que viveu há cerca de 70 milhões de anos tinha uma mordida que, de acordo com os especialistas, poderia ser suficiente para matar até mesmo alguns dinossauros pequenos.
Esta espécie extinta possui grandes semelhanças com o moderno Ceratophrys, e é justamente por conta destas similaridades que os cientistas conseguiram medir a força da sua mordida.
Os Ceratophrys muitas vezes são chamados de “sapos pacman”, por conta do tamanho gigantesco das suas bocas em comparação com o resto do corpo. Eles normalmente ficam sentados tranquilamente, esperando que alguma presa desavisada passe na frente deles. E os especialistas acreditam que os gigantescos Beelzebufos faziam a mesma coisa. A diferença é que estes animais extintos podiam medir até 41 centímetros e pesar 4,5 quilos.
Em um laboratório, um grupo de pesquisadores utilizou um equipamento feito com dois pedaços de metal revestidos com couro, ligados a um medidor de força, para avaliar a mordida dos Ceratophrys. E de acordo com os resultados, estes sapos conseguiram aplicar mordidas de 30 Newtons (o equivalente a 3kg). Pode parecer pouco, mas levando em consideração que a cabeça destes animais possui 4,5cm, trata-se de uma força considerável.

Usando estas informações como escala, os pesquisadores afirmam que sapos com uma cabeça de aproximadamente 10cm podem aplicar mordidas de 500 Newtons de força (algo como 50kg). E o mais impressionante é que alguns sapos deste tamanho vivem aqui mesmo, na América do Sul. Mas a questão é que a cabeça do Beelzebufo era ainda maior, chegando a 15,4cm. E levando em consideração uma série de outros fatores, os pesquisadores concluíram que a mordida deste sapo poderia atingir uma força de 2200 Newtons (ou 224kg).
De acordo com os autores do estudo, essa força é mais que suficiente para quebrar um dedo humano, e poderia tranquilamente ser capaz de matar um dinossauro pequeno ou filhote. E considerando que estes sapos viveram na mesma época que alguns dinossauros, isso pode realmente ter acontecido.
A pesquisa mencionada foi publicada no Scientific Reports, e apareceu também em um artigo do ScienceAlert.