Você já ouviu a frase “O cão é o melhor amigo do homem”? Não há dúvidas sobre isso. Com seus rabos abanando e olhos leais, os cães têm sido nossos fiéis companheiros por milhares de anos. Eles nos trazem infinita alegria e carinho. No entanto, muitos não estão cientes de um lado oculto desta amizade: doenças transmitidas por cães que podem afetar nós, seres humanos. Mas, não se preocupe! Com um pouco de cautela e conhecimento, podemos manter nossa relação com esses amigos peludos sempre saudável.
Comecemos por um termo que pode parecer técnico, mas é de extrema importância: zoonoses. Em simples palavras, zoonoses são doenças que animais transmitem para humanos. Infelizmente, cães, sendo os próximos companheiros que são, podem, em algumas ocasiões, ser portadores de algumas dessas doenças zoonóticas. Porém, ao nos mantermos informados e adotarmos medidas preventivas, podemos reduzir significativamente o risco.
Aqui estão 7 doenças que podem ser transmitidas por um cachorro.
Raiva
Uma das doenças mais temidas transmitidas por cães aos humanos é a raiva. Esta tem uma reputação mortífera devido aos seus severos sintomas neurológicos que, quando manifestados, quase sempre resultam em morte.
O vírus ataca o sistema nervoso central, causando sintomas como febre, dor e formigamento no local da ferida. Estes podem evoluir para movimentos violentos, excitação descontrolada e hidrofobia (medo de água). A raiva não se limita apenas a animais selvagens. Até mesmo pets domesticados podem contraí-la se não estiverem vacinados. A prevenção fundamental? Vacinação em dia para os cães e profilaxia pós-exposição para humanos após um possível contato.
Vermes Intestinais
Cães que brincam ao ar livre podem contrair parasitas intestinais, como lombrigas e tênias. Esses parasitas habitam o intestino do cão, onde põem ovos que são eliminados nas fezes. Humanos, especialmente crianças brincando ao ar livre, podem acidentalmente ingerir esses ovos, o que pode levar desde desconforto digestivo leve até graves danos aos órgãos.
Lombrigas podem causar a condição chamada “larva migrans”, onde os vermes se infiltram em diversos tecidos do corpo. Manter um ambiente limpo, garantir a desparasitação regular dos cães e promover a higiene das mãos são essenciais para interromper esse ciclo parasitário.
Doença de Lyme
Carrapatos, pequenos aracnídeos, são transmissores da doença de Lyme, uma infecção bacteriana que causa fadiga, febre, erupções cutâneas e dores nas articulações. Apesar de os carrapatos serem os principais responsáveis, nossos amigos caninos podem, inadvertidamente, agir como portadores, aproximando esses carrapatos dos humanos.
À medida que a doença avança, pode afetar as articulações, coração e até mesmo o sistema nervoso. Verificar se há carrapatos nos cães após atividades ao ar livre, usar repelentes contra carrapatos e vestir roupas protetoras são formas de se proteger desta doença.
Toxocaríase
Toxocara, um gênero de lombrigas, infesta comumente os cães, muitas vezes sem causar sintomas evidentes. No entanto, quando humanos ingerem acidentalmente seus ovos microscópicos, talvez de mãos contaminadas ou alimentos, surgem complicações. Uma vez no corpo humano, esses ovos eclodem e as larvas podem se deslocar para órgãos e tecidos, causando uma condição chamada “larva migrans visceral”.
Os sintomas variam conforme o órgão afetado, mas incluem frequentemente febre, tosse e aumento do fígado. A desparasitação regular dos cães e a higienização das mãos são estratégias de prevenção simples e eficazes.
Giardíase
Giardia é um parasita unicelular encontrado em águas contaminadas. Cães podem se contaminar ao beber dessa água ou entrar em contato com fezes infectadas. Em humanos, a Giardia provoca diarreia, cólicas estomacais e náuseas. É crucial fornecer água limpa para os cães e manusear suas fezes com cuidado. Filtrar e ferver a água potável também reduz o risco de infecção em humanos.
Leptospirose
Talvez menos conhecida, mas igualmente perigosa, a leptospirose apresenta sintomas em humanos que vão desde sinais leves semelhantes à gripe até complicações graves nos rins e fígado. Cães contraem a bactéria de água ou solo contaminados ou de outros animais infectados. Em humanos, a bactéria pode entrar através de cortes ou até mesmo de membranas mucosas. Como prevenção, é recomendado evitar que seu cão nade em águas potencialmente contaminadas e lavar qualquer ferida que entre em contato com solo ou água.
Doença da Arranhadura do Gato (DAG)
Apesar do nome sugerir origem felina, cães também podem transmitir esta bactéria, Bartonella henselae, aos humanos. A doença se manifesta com sintomas como gânglios linfáticos inchados, febre e fadiga. Acredita-se que os cães possam contrair a bactéria de fezes de pulgas e, depois, transmiti-la aos humanos. Controlar as pulgas nos cães e evitar brincadeiras bruscas que possam resultar em arranhões ou mordidas são medidas preventivas fundamentais.
Entender essas doenças a fundo nos capacita a adotar as precauções necessárias, promovendo uma convivência segura e harmoniosa com nossos pets.
Arme-se com Conhecimento e Prevenção
Estar prevenido é estar armado. Conhecendo as potenciais doenças transmitidas por cães, você pode tomar medidas proativas para proteger tanto você quanto seu pet:
Visitas Regulares ao Veterinário: Garanta que seu cão faça check-ups regulares. É uma medida preventiva que pode identificar problemas precocemente.
Higiene é Fundamental: Após brincar ou limpar seu cão, lave as mãos. Um ato simples que proporciona uma proteção poderosa.
Vacine e Desparasite: Mantenha as vacinas do seu cão em dia e garanta que ele seja desparasitado regularmente.
Considerações Finais
Os cães, ao longo da história, estabeleceram-se como parceiros indispensáveis na vida humana, trazendo alegria, companhia e benefícios terapêuticos. No entanto, tal como em qualquer relação próxima com outras espécies, há riscos associados, nomeadamente as zoonoses, doenças que podem ser transmitidas de animais para humanos.
Apesar dessas ameaças serem reais, é vital destacar que com informação, precaução e medidas preventivas, esses riscos podem ser significativamente mitigados. A chave está na combinação de visitas regulares ao veterinário, manutenção das vacinas e tratamentos antiparasitários, e práticas simples de higiene.
Acima de tudo, é essencial que sejamos responsáveis e atentos ao bem-estar de nossos animais de estimação, protegendo-os e, consequentemente, protegendo-nos. Em uma era de fácil acesso à informação, o equilíbrio entre conscientização e ação é mais acessível do que nunca. Portanto, ao nos mantermos informados e proativos, podemos desfrutar da bela amizade com nossos cães, assegurando uma convivência saudável e feliz para ambas as partes.
