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Esta ilha tem 62 habitantes, e praticamente todos descendem do mesmo homem

Leonardo Ambrosio

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Descoberta por volta de 1770, a ilha passou várias décadas sem contar com nenhum habitante, até que no meio do século 19 um inglês se apaixonou pelo lugar.

A vida na cidade tem as suas vantagens: Supermercados, shoppings, cinemas, estádios de futebol, teatros e praças super movimentadas, sem citar as maiores oportunidades de emprego. Mesmo assim, algumas pessoas preferem vidas mais pacatas, em cidade tranquilas e com menor população.

Para essas, talvez a Ilha Palmerston seja quase um paraíso. Descoberta em meados de 1770 pelo famoso Capitão Cook, a ilha passou por várias décadas sem contar com nenhum habitante, até que no meio do século 19 um inglês chamado William Marsters se apaixonou pelo lugar.

Marsters entrou em contato, então, com John Brander, um comerciante britânico que tinha a posse legal da ilha na época, e quem lhe concedeu o direito de estabelecer-se na região e cultivar coqueiros. Em 1863, Marsters levou sua esposa, uma mulher da Polinésia, e duas primas dela (que mais tarde viriam também a casar-se com ele). Durante alguns anos, John Brander enviava navios com mantimentos até a ilha, que eram trocados pelo óleo de coco que era produzida por Marsters e suas esposas, mas as embarcações pararam de chegar depois de um tempo. Com a morte de Brander, a Rainha Vitória concedeu a posse da Ilha Palmerston para Marsters, que acabou falecendo em 1899, por complicações causadas pela má nutrição.

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Hoje em dia, existe um pouco mais de 60 pessoas vivendo na ilha, sendo que a grande maioria descende diretamente de Marsters, que teve um grande número de filhos com suas três esposas.

A vida por lá é extremamente pacata, e até mesmo um tanto difícil, já que não existem lojas, mercados e comércios em geral. A maioria das pessoas vive da própria pesca e do cultivo de cocos, e no tempo livre praticam nado, vôlei e fazem artesanato. Algumas pessoas um pouco mais abastadas possuem aparelhos celulares, e a ilha conta com energia elétrica e até mesmo serviços de Internet – que funcionam por algumas horas durante o dia.

O mais curioso é que a ilha praticamente não utiliza dinheiro, já que a única utilidade dele é fazer negócios com outras cidades e países do lado “de fora” do mundo paralelo em que seus habitantes vivem. Os pouco mais de 60 habitantes dividem-se entre dois banheiros, e o suprimento de água vem basicamente da chuva.

Não é assim tão difícil deixar a ilha, por exemplo, para visitar um médico ou fazer negócios em outros países… O problema é voltar. As viagens para as Ilhas Cook são bastante esparsas, e por isso os moradores de Palmerston podem demorar um bocado para conseguir voltar para casa.

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Entre 1950 e 1970, Palmerston tinha uma população muito maior, girando em torno das 300 pessoas. Os habitantes que sobraram, agora, correm um grande risco de cometer incesto em suas relações. O próprio prefeiro da cidade certa vez admitiu: “O pai da minha esposa e o meu pai são irmãos. Eu não sabia disso, mas quando descobrimos, já era tarde demais e já tínhamos filhos”.

Justamente por isso, além de outros motivos relacionados à qualidade de vida do local, que muitos jovens estão deixando a ilha, e a tendência é que pouco a pouco a população vá diminuindo.

E você, teria coragem de morar por lá?

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Leonardo Ambrosio tem 26 anos, é jornalista, vive em Capão da Canoa/RS e trabalha como redator em diversos projetos envolvendo ciências, tecnologia e curiosidades desde 2014.

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