Esta é a idade em que é melhor ser solteiro(a), segundo psicóloga de Harvard

por Lucas Rabello
489 visualizações

A solteirice muitas vezes é vista como uma fase passageira ou até mesmo um problema a ser resolvido. Mas será que estar solteiro em certas idades pode ser, na verdade, uma vantagem? Pesquisas recentes da psicologia sugerem que sim — e revelam que há períodos da vida em que a falta de um relacionamento romântico pode trazer mais benefícios do que se imagina.

A psicóloga social Bella DePaulo, da Universidade de Harvard, é uma das maiores especialistas no tema. Em uma palestra TED em 2017, ela explicou que a felicidade de quem está solteiro costuma ser subestimada. DePaulo passou três décadas estudando como as pessoas solteiras constroem suas vidas e descobriu que, ao contrário dos estereótipos, elas não são necessariamente solitárias ou infelizes. Na verdade, muitas experimentam conexões sociais mais profundas com amigos e familiares, além de maior liberdade para tomar decisões que impactam positivamente seu bem-estar.

Um dos achados mais interessantes de suas pesquisas é que a satisfação com a vida tende a aumentar com a idade entre os solteiros. Pessoas acima dos 40 anos, por exemplo, relatam níveis mais altos de autonomia e satisfação pessoal. Isso acontece porque, nessa fase, muitos já consolidaram carreiras, hobbies e redes de apoio, permitindo que priorizem seu crescimento individual sem pressões externas.

Mas e os mais jovens? Um estudo publicado no Journal of Youth and Adolescence mostrou que a geração atual está redefinindo o significado da solteirice. Para muitos entre 18 e 30 anos, estar solteiro não é um “problema”, mas uma oportunidade de investir em autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Essa fase é crucial para explorar interesses, construir habilidades emocionais e estabelecer metas — fatores que, no futuro, podem resultar em relacionamentos mais saudáveis, caso desejem.

Esta é a idade em que é melhor ser solteiro(a), segundo psicóloga de Harvard

Já na faixa dos 30 aos 39 anos, a solteirice ganha outro contorno. Pesquisadores da Universidade de Michigan descobriram que essa década costuma ser marcada por um foco intenso no crescimento profissional e na exploração de paixões pessoais. Sem a necessidade de dividir tempo e energia com um parceiro, muitos aproveitam para viajar, estudar ou se dedicar a projetos ambiciosos. O estudo também destacou que, ao priorizar a própria satisfação, as decisões passam a ser guiadas por interesses genuínos, e não por compromissos sociais.

Um ponto comum entre todas as idades é a quebra de estigmas. A ideia de que solteiros são “incompletos” ou “egoístas” está perdendo força. DePaulo reforça que não há nada de errado em escolher permanecer sem um parceiro — seja temporária ou permanentemente. Ela ressalta que muitas pessoas solteiras mantêm vínculos sociais mais diversificados e estáveis do que aquelas em relacionamentos fechados, que às vezes limitam seu círculo ao parceiro.

Outro mito derrubado pelas pesquisas é a associação entre solteirice e solidão. Estar sozinho não significa se sentir solitário. Pelo contrário: a autonomia permite que indivíduos solteiros desenvolvam uma relação mais sólida consigo mesmos, o que pode aumentar a resiliência emocional. Além disso, a ausência de conflitos românticos ou expectativas não correspondidas contribui para uma vida menos estressante.

A psicologia também aponta que a escolha pela solteirice não precisa ser definitiva. Muitos alternam períodos de relacionamento com momentos de “pausa”, usando esses intervalos para recarregar energias ou se reconectar com seus objetivos. O importante, segundo os especialistas, é que a decisão seja consciente e alinhada às necessidades pessoais.

Seja aos 25, 35 ou 50 anos, o que as evidências mostram é que não existe uma fórmula única para a felicidade. A solteirice, quando vivida de forma intencional, pode ser tão gratificante quanto qualquer outro estado civil — e em certas fases da vida, pode até oferecer vantagens únicas. A chave está em respeitar o próprio ritmo e entender que relacionamentos saudáveis (sejam amorosos ou não) começam com uma base sólida de autoconhecimento e independência.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.

Você não pode copiar conteúdo desta página