No dia 12 de junho, um voo da Air India partiu de Ahmedabad, na Índia, com destino a Londres. Mas o Boeing 787 Dreamliner, uma aeronave moderna e considerada segura, enfrentou um destino terrível poucos minutos após decolar.
Testemunhas e vídeos amadores capturaram imagens chocantes: o avião, em vez de ganhar altura, começou uma descida rápida e incontrolável. Pouco depois, um impacto violento seguido por uma enorme explosão e uma densa coluna de fumaça marcou o local da queda.
Os números da tragédia são avassaladores: 242 pessoas estavam a bordo, entre passageiros e tripulantes. A companhia aérea informou que a maioria era de cidadãos indianos (169), seguidos por britânicos (53), além de um canadense e sete portugueses.
A localização do acidente aumentou o choque: o avião caiu a apenas 6,5 quilômetros do aeroporto de onde havia decolado. Ele mal havia atingido uma altitude de cerca de 190 metros antes de começar a cair.

O avião caiu a poucos quilômetros do aeroporto apenas minutos após a decolagem.
Um detalhe trouxe um fio de esperança em meio ao desastre: relatos iniciais mencionaram um único sobrevivente, que foi levado ao hospital em estado grave. No entanto, a confirmação oficial sobre sobreviventes ainda aguarda a conclusão das operações de resgate e identificação.
A investigação sobre as causas do acidente já está em andamento, e as autoridades ainda não divulgaram uma causa oficial. Porém, a análise inicial de especialistas, baseada nas imagens disponíveis, aponta para possíveis falhas críticas durante a decolagem. Alastair Rosenschein, ex-piloto da British Airways, analisou os vídeos e destacou dois problemas visíveis que podem ter sido cruciais.
Primeiro, ele observou que o trem de pouso da aeronave parecia estar abaixado durante a tentativa de subida. Após a decolagem, o trem deve ser recolhido imediatamente para reduzir o arrasto aerodinâmico. Segundo, e potencialmente mais grave, Rosenschein sugeriu que os flaps das asas podem não estar configurados corretamente para a decolagem.
Os flaps são partes móveis nas bordas das asas. Eles se estendem para aumentar a curvatura da asa, gerando mais sustentação em velocidades mais baixas – algo absolutamente vital durante a decolagem, quando o avião está pesado e ainda acelerando.
Se os flaps não estiverem na posição correta, a aeronave simplesmente não consegue gerar sustentação suficiente para subir e manter o voo. Rosenschein comentou que, nas imagens, a configuração “não parece correta” e que isso poderia explicar por que o avião começou a descer em vez de subir, culminando na queda.
As autoridades estão atualmente investigando a causa do acidente.
Essas observações ganham um contexto perturbador com a revelação das supostas últimas palavras do piloto, o capitão Sumeet Sabharwal. Com 22 anos de experiência e mais de 8.200 horas de voo, Sabharwal fez uma chamada de emergência pelo rádio: “Mayday… sem impulso, perdendo potência, incapaz de subir”.
A combinação da perda de potência relatada pelo piloto experiente e as possíveis falhas de configuração aerodinâmica observadas pelo especialista apontam para um cenário complexo e catastrófico nos momentos finais do voo.
A investigação oficial terá o desafio de juntar todas as peças deste trágico quebra-cabeça. Os dados das caixas-pretas, a análise dos destroços e o exame minucioso de todas as etapas do voo serão essenciais para determinar com precisão a sequência de eventos que levou o moderno Dreamliner a cair tão perto do ponto de partida, ceifando centenas de vidas. Enquanto isso, as imagens da queda rápida e a coluna de fumaça permanecem como um registro triste de um dia que começou com uma viagem rotineira e terminou em desastre.