Especialista de Harvard revela que é possível prever sua expectativa de vida observando o estado de suas unhas

por Lucas Rabello
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Quando pensamos em hábitos saudáveis, logo imaginamos alimentação balanceada, exercícios físicos ou horas de sono adequadas. Mas e se algo tão simples quanto o crescimento das unhas pudesse indicar sua expectativa de vida? Essa é a proposta intrigante do Dr. David Sinclair, um renomado pesquisador de longevidade da Faculdade de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos.

Sinclair, que acumula décadas de estudos sobre envelhecimento, revelou em entrevista ao podcast Lifespan uma conexão inusitada entre a saúde das unhas e a velocidade do envelhecimento biológico. Segundo ele, as unhas funcionariam como um “termômetro” da capacidade do corpo de regenerar células. “Quanto mais rápido elas crescem, maior a probabilidade de o organismo estar protegido contra o desgaste natural da idade”, afirmou o especialista.

O Segredo Está na Idade Biológica

Para entender a teoria, é preciso diferenciar dois conceitos: idade cronológica (a contada no calendário) e idade biológica (a “idade real” das células). Enquanto a primeira avança de forma linear, a segunda varia de pessoa para pessoa, dependendo de fatores como genética, estilo de vida e ambiente. Sinclair explica que o crescimento das unhas reflete justamente a vitalidade celular.

Um estudo citado pelo pesquisador, realizado em 1979, ajuda a ilustrar a relação. Na época, cientistas mediram o crescimento das unhas de centenas de participantes usando fitas métricas minúsculas. Os resultados mostraram que, a partir dos 30 anos, a taxa de crescimento diminui cerca de 0,5% ao ano. Ou seja: se você tem 40 anos e suas unhas crescem no mesmo ritmo de alguém de 30, isso pode ser um sinal de que seu corpo está envelhecendo mais devagar.

Cortar as Unhas com Frequência: Um Bom Sinal?

De acordo com Sinclair, observar a frequência com que precisamos cortar as unhas pode ser um exercício revelador. “Se você as aparar mais vezes do que outras pessoas da sua idade, isso pode indicar que seu organismo está mantendo um ritmo celular acelerado”, comentou. O médico inclusive admitiu que monitora o próprio crescimento ungueal: “Sempre que corto as unhas, me pergunto: ‘Quanto tempo passou desde a última vez?'”.

A explicação por trás do fenômeno está na circulação sanguínea. Conforme envelhecemos, os vasos que levam nutrientes às extremidades do corpo (como os dedos) tendem a se deteriorar. Isso reduz o suprimento de substâncias essenciais para o crescimento das unhas. Por outro lado, um fluxo sanguíneo eficiente — comum em corpos com menor idade biológica — mantém o processo ativo.

Um Indicador Acessível (Mas Não Definitivo)

Apesar da curiosidade que a teoria desperta, Sinclair ressalta que o crescimento das unhas é apenas um entre diversos marcadores de envelhecimento. Fatores como histórico médico, hábitos diários e predisposição genética também influenciam a longevidade. Além disso, condições específicas — como deficiências nutricionais ou problemas na tireoide — podem alterar o ritmo de crescimento ungueal independentemente da idade.

Ainda assim, o médico defende que observar as unhas é uma ferramenta simples para qualquer pessoa monitorar sua saúde. Unhas quebradiças, com manchas ou que crescem de forma irregular podem sinalizar desde falta de vitaminas até doenças mais sérias. Já unhas fortes e de crescimento constante sugerem um organismo em equilíbrio.

Enquanto a ciência busca métodos cada vez mais precisos para medir a idade biológica — como exames de DNA e marcadores epigenéticos —, a proposta de Sinclair traz um lembrete valioso: às vezes, pistas sobre nossa saúde estão mais visíveis do que imaginamos. Quem sabe, da próxima vez que você olhar para as mãos, além de pensar no próximo corte, também reflita sobre o que suas unhas estão dizendo sobre seu corpo.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.

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