O método de tortura sombrio que foi classificado como ‘o pior da história’

por Lucas Rabello
4,7K visualizações

Os anais da história humana contêm inúmeros relatos de métodos cruéis de execução, mas talvez nenhum tão metodicamente projetado para prolongar o sofrimento quanto o escafismo, uma técnica persa antiga que poderia estender a morte por semanas.

Registros históricos detalham a execução de Mitrídates por escafismo, um soldado que matou Ciro, o irmão mais novo do imperador persa Artaxerxes II. “A morte do soldado durou 17 dias”, segundo relatos antigos, marcando um dos casos mais documentados dessa prática brutal.

O procedimento do escafismo exigia dois barcos de tamanho igual e ingredientes comuns: mel e leite. Os carrascos primeiro colocavam a pessoa condenada dentro de um dos barcos, com seus membros e cabeça saindo por buracos feitos na embarcação. O segundo barco era então posicionado sobre o primeiro, criando uma espécie de “sanduíche humano” que deixava apenas as extremidades da vítima expostas.

O verdadeiro horror começava com a alimentação forçada. “Eles despejavam uma mistura de leite e mel na garganta da vítima até que ela ficasse fisicamente doente”, explica o texto histórico. A mesma mistura era aplicada nas partes expostas do corpo. Os barcos eram então posicionados para que a pessoa ficasse de frente para o sol.

A combinação da mistura doce e dos dejetos humanos criava condições ideais para os insetos. “A vítima era constantemente virada para o sol enquanto os insetos começavam a se alimentar de sua carne”, descrevem os relatos. Este processo era repetido diariamente, com mais leite e mel sendo administrados.

Uma análise moderna de um agente funerário sobre o escafismo o descreve como potencialmente o pior método de morte já concebido. “A vítima experimentaria exposição, desidratação, choque e delírio”, ela explica, observando como essas condições persistiriam por dias ou até semanas.

A mistura de leite e mel servia a múltiplos propósitos nesse método de tortura. Quando administrada à força à vítima, causava sérios problemas digestivos, enquanto sua aplicação na pele atraía insetos. A vítima, presa entre os barcos, ficava em seus próprios dejetos, criando um ambiente que atraía ainda mais insetos.

Os carrascos persas mantinham essa rotina diariamente, aplicando nova mistura e garantindo que a vítima permanecesse exposta aos elementos. A pessoa condenada experimentava ataques contínuos de insetos enquanto era incapaz de se mover ou se defender.

Os efeitos físicos eram devastadores. A combinação de exposição aos elementos, atividade dos insetos e a reação do corpo à alimentação forçada criava uma tempestade perfeita de sofrimento. A vítima suportava isso até que os carrascos decidissem acabar com o tormento ou a morte finalmente chegasse através da culminação dessas torturas.

O escafismo representa uma das abordagens mais calculadas para prolongar o sofrimento nos sistemas judiciais antigos. Enquanto a maioria dos métodos de execução da época visava mortes relativamente rápidas, o escafismo era explicitamente projetado para estender o processo, frequentemente durando mais de duas semanas.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.