Equipes de resgate detalham “horrores” que viram debaixo d’água ao tentar recuperar restos mortais das vítimas da queda de avião nos EUA

por Lucas Rabello
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Na última quarta-feira, 29 de janeiro, o rio Potomac, em Washington DC, tornou-se palco de uma das operações de resgate mais complexas dos últimos anos. Um helicóptero do Exército americano, com três soldados a bordo, e um avião da American Airlines, transportando 64 pessoas, colidiram no ar antes de caírem nas águas geladas do rio. Desde então, equipes de resgate trabalham sem descanso para recuperar os corpos das vítimas. Até o momento, 55 dos 67 mortos já foram localizados, mas os obstáculos para encontrar os desaparecidos seguem imensos.

Condições Extremas no Rio Potomac

O frio intenso e a presença de gelo nas águas do Potomac transformaram a missão em um desafio logístico e humano. Matthew Schanck, especialista internacional em resgate marítimo, explicou à BBC que as temperaturas baixíssimas reduzem drasticamente o tempo disponível para buscar sobreviventes.

“Equipes precisam agir rápido, mas o gelo e a correnteza dificultam cada movimento”, destacou. Um mergulhador da Polícia Metropolitana chegou a ser hospitalizado com hipotermia após uma operação, mas já recebeu alta e está recuperado, conforme informou John Donnelly, chefe do Corpo de Bombeiros de DC.

Unidades de resposta de emergência vasculham o local do acidente do avião da American Airlines no rio Potomac.

Unidades de resposta de emergência vasculham o local do acidente do avião da American Airlines no rio Potomac.

Horrores Submersos e o Impacto nas Equipes

Além das condições físicas, os socorristas enfrentam um peso emocional pesado. Brian Entin, repórter da NewsNation, relatou que bombeiros envolvidos nas buscas estão “emocionalmente exaustos” após testemunhar de perto a devastação. Um deles descreveu a água como “surpreendentemente clara”, permitindo que, com o uso de lanternas, vissem cenas que classificaram como “horrores” envolvendo corpos de algumas das vítimas. Apesar do desgaste, as equipes seguem empenhadas. Donnelly ressaltou que, além das buscas, grupos de salvamento estão mapeando a área para otimizar os trabalhos nos próximos dias.

A Esperança nas Caixas-Pretas

Enquanto o resgate avança, autoridades buscam respostas sobre as causas do acidente. As esperanças estão depositadas nas caixas-pretas dos dois veículos — dispositivos que registram dados de voo e comunicações da cabine. Jonathan Koziol, consultor sênior de aviação do Exército, enfatizou que, embora especialistas já analisem evidências, somente as informações das caixas-pretas trarão clareza absoluta sobre a tragédia. “Elas contam a única verdade”, afirmou.

Um Trabalho que Não Para

Neste momento, mergulhadores continuam vasculhando o leito do rio, auxiliados por sonares e equipamentos de varredura subaquática. A prioridade é recuperar todos os corpos, mas a combinação de visibilidade limitada, correntezas e detritos das aeronaves torna o processo lento e meticuloso. Familiares das vítimas recebem atualizações diárias, enquanto a comunidade local acompanha com uma mistura de esperança e luto.

Enquanto isso, o Potomac segue como um cenário de dor e perseverança. Cada novo corpo resgatado é um passo à frente, mas a pergunta que ecoa entre autoridades e cidadãos permanece: o que levou à colisão de duas aeronaves em pleno voo? A resposta, por ora, repousa nas profundezas do rio — e no trabalho incansável daqueles que não medem esforços para desvendá-la.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.

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