Uma empresa australiana, a Vow, conseguiu criar almôndegas de mamute usando DNA do animal extinto, com o objetivo de promover alternativas de carne cultivada em meio à atual crise climática.
Ao produzir carnes de espécies incomuns e extintas, a Vow pretende iniciar conversas sobre fontes de alimentos sustentáveis e encorajar as pessoas a se afastarem das opções convencionais de carne que agravam os problemas ambientais.
Para fazer a almôndega, a Vow usou a sequência de DNA da proteína muscular do mamute, preenchendo quaisquer lacunas na sequência com DNA de elefante.

Células-tronco de mioblastos de ovelhas foram utilizadas para cultivar a carne, um processo que levou várias semanas e pode ser repetido indefinidamente. O mamute foi escolhido como símbolo das mudanças climáticas e da perda de biodiversidade, segundo o cofundador da Vow, Tim Noakesmith.
Inicialmente, a equipe cogitou criar “nuggets de dodô”, mas acabou optando pelas almôndegas de mamute. A técnica empregada pela Vow requer uma biópsia do animal-alvo, aproximadamente do tamanho de uma amêndoa, o que significa que nem todas as espécies extintas podem ser trazidas de volta dessa maneira. Por exemplo, o dodô não pode ser recriado devido à insuficiente informação genética.
Curiosamente, o Diretor Científico da Vow, James Ryall, revelou que é teoricamente possível criar um suplemento à base de colágeno usando a sequência de colágeno bem documentada do dinossauro Tyrannosaurus Rex.

O objetivo de longo prazo da Vow é reduzir os custos de produção, tornando as carnes cultivadas uma alternativa competitiva e, eventualmente, substituindo as carnes produzidas tradicionalmente. A curto prazo, o foco está em atingir restaurantes sofisticados com chefs aventureiros e clientes dispostos a pagar uma fortuna por esses produtos inovadores.
A empresa também explorou o potencial de produzir outras carnes não convencionais, como zebra, iaque e carne de tartaruga das Galápagos – esta última sendo uma preferida de Charles Darwin. À medida que a Vow continua a expandir os limites da carne cultivada, a esperança é que essas alternativas inovadoras abram caminho para uma indústria alimentícia mais sustentável e ecologicamente correta.