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Em 10 anos, cientistas australianos querem ressuscitar o tigre da Tasmânia já extinto através do sequenciamento de DNA

Luciana Calogeras

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O Thylacine Integrated Genetic Restoration Research Lab, na Austrália, já está financiando milhões de dólares em um projeto para trazer o tigre-da-Tasmânia (ou também conhecido como lobo-da-Tasmânia) de volta à vida.

No ano de 1936, o último tigre-da-Tasmânia existente – que foi chamado de Benjamin – morreu em um zoológico australiano, anunciando o fim de sua espécie. Porém, esse pode não ser necessariamente o fim: com uma doação de US$ 3,6 milhões em mãos, Thylacine Integrated Genetic Restoration Research Lab (TIGRR) da Austrália propõe que o tigre-da-Tasmânia volte a percorrer as florestas da Tasmânia nos próximos 10 anos.

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No momento presente, parece concebível que possamos criar uma célula semelhante ao do tigre da Tasmânia dentro de dez anos. Seria necessário um apoio significativo para que pudéssemos fazer isso, mas agora, felizmente, temos isso!”, explicou Andrew Pask , professor da Escola de Biociências da Universidade de Melbourne.

Esse novo financiamento possibilitará que os cientistas se concentrem em três áreas: melhorar a compreensão do genoma do tigre; desenvolver técnicas para usar células-tronco marsupiais para fazer um embrião; e, em seguida, transferir com sucesso o embrião para um útero substituto do hospedeiro.

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Felizmente o projeto já tem uma vantagem inicial: eles já sequenciaram o genoma do tilacino, como também é chamado o tigre-da-Tasmânia, de um espécime mantido nos Victoria Museum.
Essa sequência, explicou Pask , é “basicamente um projeto genético completo ou um conjunto de instruções sobre como construir um tilacino”.

Assim sendo, os cientistas tentarão sequenciar os genomas de espécies semelhantes, editando uma célula de tilacino para criar um embrião de tigre da Tasmânia. Então, esperançosamente, novos “Benjamins” nascerão
“Uma vez que você tenha sua célula ‘tilacina’, você pode usar a tecnologia de clonagem para transformar essa célula em um animal vivo” – disse Pask.

O motivo de reviver o tigre-da-Tasmânia é seu papel essencial no ecossistema da Austrália, antes de ser extinto no continente há cerca de 3.000 anos por conta dos colonos europeus que os caçaram com medo de dizimar a indústria ovina da ilha.

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Ele era conhecido como o único predador marsupial da Austrália e forma uma parte extremamente importante da cadeia alimentar, frequentemente responsável ​​​​pela estabilização dos ecossistemas.

Os tilacinos teriam ajudado a controlar a propagação de uma doença mortal na Tasmânia e poderiam ter ajudado a prevenir a agora quase extinção do diabo da Tasmânia”.

Posteriormente, o TIGRR deseja trabalhar em estudos de mais outros 40 mamíferos australianos que foram extintos nos últimos dois séculos, prevendo mais benefícios ao meio ambiente.

Em outras palavras esse é só o começo de muito progresso científico que está por vir!

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Luciana é profissional da área de tradução há mais de 15 anos, atuando também como professora de Inglês. Trabalha no Mistérios do Mundo desde 2016 como redatora e roteirista e em horas vagas é pesquisadora curiosa em diversas áreas do conhecimento.

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