O presidente venezuelano Nicolás Maduro acusou o bilionário Elon Musk de orquestrar ataques contra o sistema eleitoral da Venezuela, aumentando as tensões entre o líder sul-americano e o magnata da tecnologia. As acusações surgiram após as recentes eleições na Venezuela, que foram contestadas por grupos de oposição e observadores internacionais.
Durante uma reunião transmitida na Câmara Eleitoral do Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela, Maduro afirmou que Musk fazia parte de um plano para desestabilizar o regime do país. O presidente venezuelano alegou que o esquema foi orquestrado pelo “império dos Estados Unidos, o narcotráfico colombiano, Elon Musk e a extrema-direita fascista no mundo”, com o objetivo de dominar a Venezuela.
Maduro apontou especificamente Musk como a pessoa por trás de um suposto ataque ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE). O CNE, apoiado pelo governo, havia anunciado anteriormente que sofreu um ataque de hackers, embora não tenha fornecido detalhes sobre o incidente ou a contagem dos votos.
Em resposta às acusações, Musk usou sua plataforma de mídia social X (anteriormente Twitter) para postar um meme que mostrava Maduro colocando uma medalha em si mesmo, aparentemente zombando das alegações do líder venezuelano.
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A confrontação tomou um rumo inesperado quando Maduro desafiou Musk para uma luta televisionada. Musk, conhecido por sua presença provocativa online, aceitou o desafio via X. Ele propôs que, se ele vencesse, Maduro deveria “renunciar como ditador da Venezuela”. No caso de uma vitória de Maduro, Musk ofereceu uma “corrida gratuita para Marte”.
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Maduro tem se referido repetidamente a Musk como um “arqui-inimigo” em discursos recentes, acusando-o de desenvolver “uma obsessão por tomar a Venezuela e governar a Venezuela”. O presidente venezuelano anunciou a criação de “uma comissão especial para avaliar, com assessoria russa e chinesa”, o sistema de segurança do país, particularmente à luz do suposto ataque ao sistema de comunicação do CNE.
Por sua vez, Musk tem sido vocal sobre a política venezuelana em sua plataforma de mídia social. Antes da recente votação, ele postou uma mensagem apoiando a líder da oposição María Corina Machado, afirmando: “É hora de o povo venezuelano ter a oportunidade de um futuro melhor. Apoiem María Corina!” Após o anúncio dos resultados das eleições, Musk descreveu a situação como “uma vergonha para o ditador Maduro” e “uma paródia”, referindo-se aos números anunciados pelo CNE.
A oposição e os observadores internacionais expressaram ceticismo sobre as alegações de hacking, sugerindo que pode ser uma estratégia para evitar a publicação de resultados reais das eleições.
Enquanto isso, protestos contra a reeleição de Maduro eclodiram em toda a Venezuela. ONGs relatam que doze pessoas morreram nessas manifestações, marcadas por confrontos violentos entre manifestantes e forças de segurança. Pelo menos 749 pessoas foram presas no segundo dia consecutivo de protestos.
Um alto funcionário do Ministério das Relações Exteriores da Venezuela, ao ser questionado sobre as críticas de Musk, comentou: “Sabemos quem é Musk. Ele é de extrema-direita e apoia (o presidente argentino Javier) Milei… Então, consideramos tudo isso um elogio.”
