Versão em vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=hnFAfIiOzLw
Versão em texto:
O Sol é a estrela central do nosso sistema planetário: todos os outros corpos celestes, sejam eles os planetas que já conhecemos, os asteroides, os cometas e toda a poeira cósmica que vaga pelo nosso espaço, além de todos os satélites aqui presentes, giram ao seu redor – é por essa razão que o nosso sistema foi batizado como “Sistema Solar”.
Nosso astro é responsável por 99,86% da massa de todo o Sistema Solar e, sendo 332 900 vezes maior que a Terra, desempenha um papel primordial na manutenção de nosso planeta. Graças a ele e a posição estratégica da Terra, as moléculas primordiais se combinaram, em uma grande “sopa orgânica”, formando assim os primeiros organismos unicelulares, dando início a um ciclo evolutivo abundante que permitiu com que nosso planeta transbordasse de vida.

Por causa do Sol a fotossíntese pode acontecer: um processo em que o dióxido de carbono é “sequestrado” da atmosfera pelas plantas, produzindo oxigênio, que tanto precisamos para viver. A energia solar também é armazenada em glicose pelos organismos vivos através da fotossíntese, e todos os seres vivos que habitam nosso planeta dependem disso direta ou indiretamente para continuarem existindo.
O Sol é tão importante para a humanidade que quase todas as culturas humanas reconheceram sua importância na origem e manutenção de vida na Terra, concedendo ao astro uma posição muitas vezes central em suas religiões e mitologias.
Na mitologia grega, o Sol era venerado como um deus, Hélio, e mais tarde se tornou Apolo para o mundo greco-romano. Já os romanos adotaram o culto ao “Sol Invictus” como uma tradição oficial do Império Romano Tardio. No Egito, o Sol era adorado como Rá – ou Aton – na época do faraó Akhenaton; na mais antiga religião japonesa, o Xintoísmo, Amaterasu representava o Sol em sua forma de deusa.
Enfim… várias foram as representações do Sol como uma divindade ao longo da história e podemos ter a certeza de que sem ele, nunca teríamos existido.
Mas… E se o Sol explodisse? O que aconteceria? O que veríamos?
O que aconteceria se o Sol explodisse agora mesmo?

O Sol tem cerca de 10 bilhões de anos de idade e estima-se que viverá por mais uns cinco a sete bilhões de anos. Depois desse tempo, o Sol começará a se expandir em uma gigante vermelha, quando passará a converter hélio em carbono em seu núcleo, engolindo grande parte dos planetas do Sistema Solar, incluindo a Terra. Em sua morte, ocorrerá uma grande explosão para que, por fim, se torne uma anã-branca.
Bem, cinco bilhões de anos é um bom tempo pela frente não é mesmo? Até lá, devemos no mínimo ter colonizado outros planetas e sistemas solares, para que assim possamos garantir o futuro de nossa espécie.
Mas, vamos imaginar um cenário bizarro em que o Sol, em sua condição atual, simplesmente explodisse: visualmente, toda humanidade apreciaria o “maior espetáculo de fogos de artifício” do mundo e o céu se tornaria inteiramente flamejante, certo?
Errado. O Sol está a 150 milhões de quilômetros de distância da Terra e sua luz demora 8 minutos para que chegue até nós. Em uma supernova, estaríamos literalmente fritos: as ondas de calor produzidas fritariam a Terra, com 8 minutos de antecedência. Ou seja, estaríamos mortos antes de visualizar qualquer coisa.
Para um planeta se salvar de uma supernova, é necessário que pelo menos esteja de 50 a 100 anos-luz de distância e o Sol está a apenas 150 milhões de quilômetros de distância.
Mas há uma “boa” notícia – se é assim que podemos dizer. Se o Sol explodisse, as ondas de calor não seriam fortes o suficiente para destruir todo o planeta de uma só vez: o lado que estivesse virado para o Sol, no caso, fritaria imediatamente. Já o outro lado sentiria uma sensação de aumento de temperatura, cerca de 15 graus acima do habitual, seguido por uma escuridão permanente.

Depois disso – e já sem a gravidade do Sol – a Terra simplesmente perderia sua órbita e flutuaria sem rumo pelo espaço, enquanto aqui, em nosso planeta, nos desesperaríamos para tentar sobreviver a qualquer custo.
Há uma chance de que nosso planeta vagueie e encontre alguma estrela que possa orbitar, mas até a Terra chegar lá, há anos-luz de distância, todos nós teríamos morrido – a menos que soubéssemos com mil anos de antecedência e pudéssemos nos preparar para esse grande dia, inventando maneiras de manter recursos por todo esse tempo.
Uma forma de fazer essa preparação seria toda a humanidade viver em um mundo subterrâneo: em alguns metros abaixo do nosso solo, a Terra consegue manter uma temperatura de cerca de 17 graus, já que em apenas uma semana após a explosão, a superfície da Terra chegaria a uma temperatura negativa de -18 graus.
Em um ano a temperatura chegaria a -73 graus… então, já dá para imaginar que montar uma espécie de formigueiro humano nas profundezas do planeta, seria uma boa opção.
Mas, não acaba aí: tudo sob a superfície da Terra congelaria, inclusive os oceanos. Não haveria mais atmosfera e, assim, a Terra ficaria exposta a todo e qualquer tipo de radiação cósmica ou impactos possíveis. Em outras palavras, de uma forma ou de outra, iríamos morrer.

Ainda bem que esse é um cenário fictício, certo?
Se o Sol explodisse – o que irá um dia acontecer – o processo, na verdade, seria bem longo e levaria bilhões de anos.
Astrônomos dizem que, quanto maior a massa de uma estrela, menor é seu tempo de vida e, estrelas maiores que o Sol geralmente morrem de uma maneira bem mais violenta.
Em sua “morte tranquila”, o Sol se tornaria maior e mais quente e liberaria pedaços de suas camadas externas que poderiam originar outros planetas ou estrelas. Sua expansão engoliria até a órbita de Marte e o nosso familiar sistema solar ficaria bem diferente.
Talvez, a vida pudesse surgir um dia nessa nova formatação sem o Sol ou outra estrela poderia surgir e tomar o seu lugar, mas essa é ainda uma realidade muito distante para que possamos um dia imaginar.
Se por algum milagre da ciência os humanos ainda pudessem existir quando o Sol morresse… bem, seria muito extraordinário imaginar como seriam os nossos descendentes, nascendo em uma estação espacial, prontos para viajar pelo espaço, não é mesmo? Afinal, certamente teríamos tecnologia o suficiente para isso.
Mas esse é, certamente, um tema para uma próxima análise!