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E se atmosfera tivesse 2 vezes mais oxigênio?

Luciana Calogeras

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Sabemos que sem o oxigênio a vida na Terra seria impossível, apesar de estar em apenas 21% de nossa atmosfera. Mas, com mais oxigênio, seria tudo diferente?

Versão em vídeo:

https://www.youaatube.com/watch?v=aX5O-7Odf9E

Versão em texto:

Podemos dizer que o oxigênio é o gás mais essencial para a existência de formas de vida que conhecemos aqui no planeta Terra, apesar do oxigênio compreender apenas 21% do ar em nossa atmosfera.

Graças a ele o processo respiratório nos animais e seres humanos acontece, permitindo que nosso cérebro e nossas células sejam reabastecidos de energia. Em outras palavras, podemos agradecer a esse gás por ser para nós uma verdadeira fonte de vida.

Para se ter ideia, se todo o oxigênio do nosso planeta desaparecesse, toda a vida seria queimada no calor escaldante dos raios UV do sol. Antes disso, nossos tímpanos estourariam devido à mudança na pressão atmosférica, além de muitos metais se derreterem por conta da ausência de camadas de óxido e todas as estruturas de concreto perderiam sua rigidez, colapsando por causa da falta da molécula de oxigênio no CO 2.

Tudo o que contém água evaporaria como hidrogênio no espaço, enquanto tudo acima da crosta da Terra despencaria em queda livre em direção ao núcleo da Terra, já que 45% do núcleo é oxigênio propriamente dito. Um verdadeiro caos se instauraria por aqui, não é verdade?

Porém, você já imaginou o que aconteceria se a quantidade de oxigênio fosse diferente em nossa atmosfera? Será que veríamos insetos e animais gigantes ou até mesmo a nossa estrutura mudaria? E se a atmosfera tivesse duas vezes mais oxigênio do que o que realmente tem?

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Nós seres humanos inspiramos e expiramos cerca de 23.000 vezes por dia, na tentativa de obter oxigênio para o nosso cérebro e células. Levamos as nossas vidas normalmente cantando, correndo, fazendo exercícios e respirando, como se nunca houvesse amanhã.

Mas vale a pena lembrar que, para que tudo isso aconteça, é necessário existir a presença da atmosfera, que contém cerca de 21% de oxigênio, aproximadamente 78% de nitrogênio e 1% de argônio, dióxido de carbono, vapor de água e outros gases. E, mesmo que o oxigênio não seja a maior parte de nossa atmosfera, é para nós a principal dela: 90% da energia do nosso corpo vem do oxigênio, sendo o restante oriundos dos alimentos e da água. Você não seria capaz de assistir a este vídeo sem oxigênio;  aliás não seria capaz de fazer nada, na verdade. O oxigênio é essencial não só para os seres humanos: é vital para toda a vida na Terra.

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Já sabemos que sem oxigênio a morte seria certa, porém com o dobro de oxigênio presente na atmosfera, algumas mudanças ocorreriam. Os cientistas teorizam que, com o dobro da quantidade de oxigênio na atmosfera, possivelmente a vida na terra teria evoluído com uma traqueia bem maior para receber essa quantidade excedente do gás.

Então o primeiro cenário que podemos imaginar é composto por aranhas e baratas bem maiores, além de outros insetos e animais.

O que embasa essa hipótese é o fato de que, há cerca de 300 milhões de anos, durante o que chamamos de “pré-história”, a atmosfera da Terra era composta de 30% de oxigênio. E já assim os insetos eram muito, mas muito maiores: podemos encontrar vestígios de libélulas do tamanho de falcões, enquanto algumas aranhas eram do tamanho de pássaros de pequeno porte. Em outras palavras, dobrar os níveis de oxigênio da Terra significaria ter ainda mais oxigênio em nossa atmosfera do que um dia já tivemos, naquela época.

Pode parecer assustador não é mesmo? Mas lembre-se que, por outro lado, você também seria beneficiado: com mais energia para fugir deles!

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Com um nível mais alto de oxigênio, nossos corpos seriam abastecidos com muito mais energia e teríamos um outro parâmetro de registro de resistência humana com o recebimento de mais oxigênio.  Nossa circulação seria melhorada, juntamente com a nossa atenção e mecanismos cerebrais.

Outro ponto positivo seria a capacidade aumentada que nosso sistema imunológico ganharia ao enfrentar doenças, já que os neutrófilos – um tipo de glóbulo branco que forma uma parte crítica do nosso sistema imunológico – teriam mais oxigênio e uma capacidade aumentada de combater vírus e bactérias prejudiciais, resultando em doenças e enfermidades cada vez menos frequentes.

Mas nem tudo são flores: muito oxigênio pode levar uma pessoa a algo chamado “toxicidade por oxigênio”. O excesso de oxigênio a uma pressão parcial mais alta (a concentração e a pressão parcial são diretamente proporcionais) causará oxidação excessiva nas células, ou seja: a morte delas.

Vale a pena lembrar que o aumento do oxigênio acelerara o metabolismo, o que também sobrecarrega alguns órgãos vitais, tornando frequentes as mortes mais por exaustão do que por doenças propriamente ditas.

Poderíamos nos tornar como super-heróis do sistema imunológico, sim, já que a humanidade veria muito menos doenças. Mas a longo prazo, os danos seriam irreversíveis: com o aumento dos níveis de oxigênio, além dos seres humanos terem uma chance maior de toxicidade por oxigênio, com o tempo, os pulmões seriam danificados, além de outras células de nosso organismo.

Ter muito oxigênio em seu corpo cria radicais livres e átomos procuram outros elétrons para emparelharem. Quando isso acontece, muitos danos ao seu corpo e ao seu DNA podem ocorrer.

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Na natureza, o resultado não seria muito animador: com mais oxigênio na atmosfera, tudo pegaria fogo com muito mais facilidade, ainda mais com a abundância de CO2.

A crosta terrestre seria muito mais pesada, tornando a litosfera mais densa do que a nossa atmosfera. Isso faria com que as coisas oxidassem, incluindo a água, que se transformaria em peróxido de hidrogênio.

Em um contraponto, com o aumento dos níveis de oxigênio, a densidade do ar na atmosfera também aumentaria: isso, por sua vez, permitiria que aviões, planadores, paraquedas e pássaros voassem mais alto no céu e permanecessem em voo por períodos mais longos. Uma concentração mais alta de oxigênio levaria a uma atmosfera mais espessa, resultando em uma maior dispersão da luz solar, o que faria o céu parecer mais azul e diminuiria a temperatura do ar.

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Bem, podemos concluir que algumas coisas boas e outras ruins vêm com isso. Mas, o mais importante é que felizmente podemos dar um belo suspiro de alívio, sabendo que nossa atmosfera tem apenas 21% de oxigênio, uma quantidade ideal para manter toda vida em equilíbrio.

Bem, até agora tudo tem funcionado bem aqui na Terra não é mesmo?

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Luciana é profissional da área de tradução há mais de 15 anos, atuando também como professora de Inglês. Trabalha no Mistérios do Mundo desde 2016 como redatora e roteirista e em horas vagas é pesquisadora curiosa em diversas áreas do conhecimento.

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