A tensão no Oriente Médio atingiu um ponto de fervura nas últimas horas, com um desenvolvimento surpreendente: o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou publicamente que Israel recuasse de um ataque planejado contra o Irã. O comando veio em meio a acusações de que o Irã teria violado um frágil cessar-fogo que havia entrado em vigor apenas algumas horas antes, na madrugada desta terça-feira, 24 de junho.
O acordo de cessar-fogo, negociado com a mediação americana, parecia trazer um respiro após dias de intensos conflitos. Contudo, segundo fontes israelenses, mísseis teriam sido lançados do Irã pouco depois do início do cessar-fogo. A reação de Israel foi imediata e feroz. O ministro da Defesa, Israel Katz, ordenou às Forças de Defesa de Israel (FDI) que preparassem uma resposta “forte” e “intensa” contra alvos do regime iraniano, especificamente mencionando o “coração de Teerã”.
Foi nesse momento explosivo que Donald Trump interveio de forma dramática. Usando sua plataforma Truth Social, o presidente americano, de 79 anos, postou uma mensagem em letras maiúsculas que ecoou pelo mundo: “ISRAEL. DO NOT DROP THOSE BOMBS. IF YOU DO IT IS A MAJOR VIOLATION. BRING YOUR PILOTS HOME, NOW! DONALD J. TRUMP, PRESIDENT OF THE UNITED STATES.” A tradução é direta: “ISRAEL. NÃO SOLTEM ESSAS BOMBAS. SE VOCÊS O FIZEREM, É UMA GRANDE VIOLAÇÃO. TRAGAM SEUS PILOTOS PARA CASA, AGORA!”
Trump, que se considerava o mediador do cessar-fogo, estava claramente frustrado. Em declarações posteriores a jornalistas, ele pediu explicitamente que Israel “se acalmasse”. Ele revelou que está trabalhando intensamente para evitar a retaliação israelense. “Temos que fazer Israel se acalmar porque eles iniciaram uma missão esta manhã”, disse Trump. “Preciso acalmar Israel.”
O presidente Donald Trump fez declarações severas a Israel em sua plataforma de mídia social (Truth Social/@realDonaldTrump)
O presidente americano chegou a sugerir que o lançamento de mísseis pelo Irã, se ocorreu, pode não ter sido intencional. “Eles não conseguiram conter as pessoas”, afirmou, expressando sua insatisfação com a ação militar israelense daquela manhã.
“Não gosto do fato de Israel ter saído esta manhã, e vou ver se posso pará-lo. Assim que me afastar de vocês, vou ver se consigo pará-lo.” Trump descreveu o ataque israelense que supostamente ocorreu após o acordo como “a maior carga de bombas que já vimos”, deixando clara sua contrariedade.
Num comentário que resumiu a complexidade do conflito, Trump observou: “Basicamente, temos dois países que lutam há tanto tempo e com tanta intensidade que não sabem mais o que estão fazendo.”
Enquanto isso, o Irã negou categoricamente qualquer violação. O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas, Abdolrahim Mousavi, declarou que nenhum míssil foi lançado contra Israel nas horas posteriores ao início do cessar-fogo.
A comunidade internacional observa com apreensão. O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, ao chegar na Holanda para a cúpula da OTAN, enfatizou a importância de manter o cessar-fogo. “Quanto antes voltarmos a ele, melhor”, disse Starmer aos jornalistas, alinhando sua posição com pedidos anteriores de desescalada.
Este apelo ocorre após os ataques com mísseis lançados pelo Irã contra bases aéreas americanas no Catar e no Iraque no dia 23 de junho – ataques interpretados como retaliação aos bombardeios americanos contra três instalações nucleares iranianas no fim de semana anterior.
O cenário permanece extremamente volátil. A ordem direta de Trump para Israel recuar evitou um ataque iminente, mas as acusações mútuas e a desconfiança profunda entre os rivais regionais mantêm a região à beira de uma guerra aberta. O mundo aguarda para ver se o cessar-fogo, agora sob imensa pressão, conseguirá se sustentar.