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Diogo Alves: A cabeça de um serial killer de Portugal está em um frasco

Lucas R.

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Apesar de sua execução em 1841, o serial killer de Portugal Diogo Alves, ou pelo menos sua cabeça, "vive" até hoje.

Ao olhar para esses olhos, muita gente pode sentir pena em vê-los assim, sem vida e expostos ao público junto com sua cabeça! Mas a verdade é muito assustadora do que isso. Esses olhos, em vida, já presenciaram muito sangue jorrando dos assassinatos que seu proprietário cometeu. Diogo Alves nasceu em Galiza, na Espanha, e ainda jovem se mudou para Lisboa, em Portugal. Em 1834, ele se encontrava em uma condição deplorável. Viciado em álcool, desempregado e de coração partido por conta da recente morte de sua mãe, ele conheceu Maria Getrudes, uma moça muito bonita.

O rapaz viu ali não apenas uma chance para se apaixonar, mas também para fazer dinheiro fácil. Acredita-se que Maria Gertrudes teria apoiado Diogo Alves a entrar para o mundo do crime. E é exatamente aí que a história do assassino se inicia.

Na busca de dinheiro, Diogo Alves começou a planejar assaltos, seguido pelo assassinato das vítimas. As primeiras vitimas de Diogo eram pessoas que, aparentemente, não tinham famílias: camponeses que estavam em seus caminhos do trabalho, geralmente com o dinheiro da venda de suas colheitas.

Primeiro, ele roubava suas vítimas, depois vendava os olhos delas e as jogava a partir do Aqueduto das Águas Livres, a uma altura de 60 metros – o que causava a morte instantânea desses indivíduos e, então, nenhum sinal de luta era verificado nos corpos quando eram encontrados.

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Por isso, na época as autoridades pensavam que era suicídio, principalmente por esses eventos terem acontecido durante a Revolução Liberal, um movimento militar iniciado alguns anos antes. Durante essa época, muitas pessoas perderam seus empregos e, por conta disso, muitos suicídios aconteciam de fato.

E por anos Diogo Alves permaneceu impune. Seus crimes passaram despercebido, até ele fazer mais de 70 vítimas.

Agora, como sua cabeça virou basicamente uma atração turística?

Bem, vale a pena lembrar que no passado existia algo pra lá de assustador: o comércio de cabeças. Para se ter ideia, quando o famoso compositor Joseph Haydn faleceu, a Áustria estava em guerra contra Napoleão e acabaram apenas o enterrando como uma medida temporária.

Após o evento, decidiram fazer um velório apropriado, com todas as honrarias. Porém, quando foram desenterrar o compositor, sua cabeça não estava ali – o que significa que havia sido roubada para, depois, ser comercializada.

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Cabeças de pessoas famosas eram um bem valioso na época e tinha gente que pagava bem caro por isso. Mas, por que raios alguém iria querer a cabeça de um criminoso?

A cabeça de Diogo Alves foi requerida para estudos científicos. Algumas análises pareciam mostrar uma relação entre a estrutura do crânio com a personalidade da pessoa.

Naquela época, acreditava-se que havia uma relação frenológica em que algumas pessoas, de acordo com a formação e estrutura de seus cérebros, seriam predispostas ao crime. E nada melhor do que preservar a cabeça de um assassino para entender como uma mente perversa funciona.

Cientistas desenvolveram mapas com certos pontos que deveriam ser analisados no crânio e a cabeça de Diogo Alves está ali para a verificação dessas hipóteses.

Os pesquisadores da época acreditam que algumas áreas no cérebro podiam indicar disfunções, que faziam o indivíduo ser propenso a atitudes drásticas, como a busca incessante por lucros ou até mesmo predisposição ao assassinato.

Pesquisas posteriores, inclusive com a cabeça de Diogo Alves, revelaram que a frenologia não pode ser confirmada, porém ela foi um passo importante para o desenvolvimento da neuropsicologia.

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Editor-chefe do portal Mistérios do Mundo desde 2011. Adoro viajar, curtir uma boa música e leitura. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.