Lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, travestis, transexuais, intersexuais, queer e assexuais compõem o espectro colorido da comunidade LGBTTTIQA+. Essas identidades representam uma ampla gama de expressões de gênero e práticas sexuais que desafiam as normas tradicionais da heteronormatividade—basicamente, a ideia de que todos são, ou deveriam ser, heterossexuais.
Junho é um grande mês para essa vibrante comunidade. Por quê? Porque comemora os motins de Stonewall na década de 1960. Naquela época, ser gay em Nova York podia te causar sérios problemas. Clubes gays eram ilegais, e pessoas queer eram constantemente assediadas. Numa noite fatídica, enquanto pessoas queer aproveitavam uma festa em um bar, a polícia invadiu, armas em punho. Mais de 200 festeiros foram violentamente jogados na rua. Nunca saberemos exatamente quantas vidas inocentes foram perdidas naquela noite, mas isso desencadeou uma luta por igualdade que ressoou muito além dos EUA.
O Mês do Orgulho é sobre lembrar essa luta histórica. Não se trata apenas de quem ama quem; trata-se de garantir que todos, independentemente da orientação sexual, tenham voz nas decisões políticas e liberdade para se casar com a pessoa que escolherem.
Os motins de Stonewall não aconteceram no vácuo. Eles foram o resultado de séculos de repressão sexual, impulsionada principalmente por tradições religiosas ocidentais que rotulavam o amor não-heterossexual como pecaminoso. Essa mentalidade opressiva infiltrou-se nos sistemas legais de muitos países, retirando os direitos daqueles que não se conformavam às normas tradicionais de gênero. Para muitos, é mais do que apenas não poder se casar ou formar uma família; trata-se de enfrentar violência e até morte.
O silêncio institucional muitas vezes enterrou as perdas e lutas da comunidade LGBTTTIQA+. Mas junho inverte o roteiro. Cada dia do Mês do Orgulho é dedicado a dar um palco para essas minorias sexuais que enfrentaram opressão e violência. É um tempo para celebrar as vitórias conquistadas através de luta implacável e até mesmo derramamento de sangue.
Por que não existe um mês do “orgulho hetero”?
É simples. Pessoas heterossexuais nunca precisaram de um. Historicamente, a sociedade sempre centrou os relacionamentos heterossexuais. Se começássemos a dar-lhes reconhecimento especial, perpetuaríamos os mesmos valores desatualizados que oprimiram as pessoas não-heterossexuais por séculos.
Isso não é sobre odiar os heterossexuais. Trata-se de dar visibilidade àqueles que foram empurrados para as margens. Relacionamentos heterossexuais sempre foram celebrados, normalizados e sempre serão. A comunidade LGBTTTIQA+, por outro lado, precisa desse destaque para lutar as batalhas que ainda enfrentam hoje.
Junho não é apenas um mês. É um movimento. Trata-se de reconhecer as lutas contínuas e celebrar o progresso alcançado. Trata-se de estar em solidariedade com aqueles que continuam a lutar pelo direito de amar abertamente e livremente. Então, quando você vir essas bandeiras arco-íris tremulando orgulhosamente, lembre-se de que elas simbolizam muito mais do que apenas uma celebração — elas representam uma história de luta, um presente de resiliência e um futuro de esperança.