Descoberta macabra de 110 anos pode reviver Tigre-da-Tasmânia extinto

por Lucas Rabello
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Em um evento surpreendente, pesquisadores de um museu em Melbourne fizeram uma descoberta notável que pode potencialmente ajudar na ressurreição do extinto Tigre-da-Tasmânia. O achado, uma cabeça de tilacino bem preservada, foi encontrado em um local inesperado — no fundo de um armário, onde estava armazenado por mais de um século.

O Tigre-da-Tasmânia, cientificamente conhecido como tilacino, era um predador marsupial único que uma vez percorreu a Austrália. Apesar do nome, ele se assemelhava mais a um cão, com listras semelhantes às de um tigre na parte inferior das costas. O último espécime vivo conhecido morreu em cativeiro em 1936, e a espécie foi oficialmente declarada extinta em 1986.

O esforço para trazer o Tigre-da-Tasmânia de volta à vida é liderado pela Colossal, uma empresa de biotecnologia americana especializada em desextinção e preservação de espécies. Sob a liderança do empreendedor tecnológico Ben Lamm, a Colossal arrecadou fundos substanciais e está apoiando pesquisas em vários laboratórios ao redor do mundo.

A descoberta significa que podemos estar um passo mais perto de ver o Tigre-da-Tasmânia novamente.

A descoberta significa que podemos estar um passo mais perto de ver o Tigre-da-Tasmânia novamente.

O professor Andrew Pask, que lidera a pesquisa integrada de restauração genética do tilacino na Universidade de Melbourne, descreveu a descoberta como “literalmente uma cabeça em um balde de etanol” que foi esquecida por cerca de 110 anos. Apesar de sua aparência grotesca, com a pele removida e partes cortadas, o espécime possuía um potencial científico inestimável.

A preservação da cabeça em etanol permitiu a retenção de material genético crucial, incluindo moléculas de RNA, que são tipicamente menos estáveis do que o DNA. Esta informação genética preservada forneceu aos pesquisadores insights sobre as capacidades sensoriais do tilacino, oferecendo pistas sobre sua capacidade de saborear, cheirar e ver.

A descoberta acelerou o progresso dos cientistas (Andrew Pask/Universidade de Melbourne e Museus Victoria).

A descoberta acelerou o progresso dos cientistas (Andrew Pask/Universidade de Melbourne e Museus Victoria).

A descoberta avançou significativamente o projeto de desextinção, superando as expectativas iniciais. O professor Pask observou que eles fizeram progressos substanciais em áreas anteriormente consideradas desafiadoras ou até impossíveis.

O material genético extraído da cabeça preservada permitiu que os cientistas criassem o que eles afirmam ser o primeiro genoma anotado de um animal extinto. Esta conquista é crucial para garantir que qualquer animal potencialmente ressuscitado seja genuinamente um tilacino e não uma criação híbrida.

Enquanto o projeto para trazer de volta o Tigre-da-Tasmânia ainda está em andamento, esta descoberta fortuita forneceu aos pesquisadores dados valiosos e renovou o otimismo. O trabalho continua em laboratórios na Austrália e nos Estados Unidos, enquanto os cientistas se esforçam para desvendar os segredos da desextinção e, potencialmente, reintroduzir este marsupial único em seu habitat original.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.