Descoberta assustadora feita após cientistas finalmente alcançarem o fundo do Mar Vermelho

por Lucas Rabello
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Você já imaginou o que se esconde nas profundezas dos oceanos? Apesar de cobrir mais de 70% da superfície da Terra, apenas 5% do ambiente marinho foi explorado pelo ser humano. E uma das descobertas mais assustadoras – e fascinantes – aconteceu recentemente no Mar Vermelho, um braço de água salgada que separa a África da Ásia. Cientistas encontraram algo que desafia a imaginação: os chamados poços da morte, regiões submarinas tão hostis que podem matar em segundos.

Esses poços foram detectados a grandes profundidades no leito do Mar Vermelho, uma área conectada ao Oceano Índico. Eles são como crateras submersas, repletas de uma água tão salgada que supera em dez vezes a salinidade do mar comum. Além disso, esses locais são completamente desprovidos de oxigênio. Para a maioria dos seres vivos, mergulhar nessas águas é uma sentença de morte instantânea. Peixes ou crustáceos que se aventuram perto deles são imediatamente paralisados ou mortos pela combinação letal de sal extremo e ausência de ar.

As piscinas de salmoura podem matar (Ocean X/YouTube).

Os poços de salmoura podem matar (Ocean X:YouTube).

Mas o perigo não para aí. Predadores oportunistas, como enguias e certas espécies de camarões, parecem conhecer bem o fenômeno. Eles ficam à espreita nas bordas desses poços, prontos para devorar qualquer criatura que seja afetada pela toxicidade das águas. O professor Sam Purkis, da Universidade de Miami, explica que esses animais agem como “catadores” do fundo do mar, aproveitando-se da desorientação ou morte rápida de presas inocentes.

Apesar do nome assustador, os poços da morte não são apenas uma armadilha natural. Eles guardam segredos científicos valiosos. De acordo com Purkis, essas zonas mortas oferecem uma janela rara para entender como a vida surgiu na Terra. Isso porque, há bilhões de anos, os primeiros organismos provavelmente se desenvolveram em ambientes sem oxigênio, semelhantes a esses poços. Estudá-los ajuda os cientistas a simular as condições primordiais do planeta e até a buscar vida em outros mundos, como em luas geladas de Júpiter e Saturno, onde oceanos subterrâneos podem abrigar ambientes similares.

Muitos peixes cometeram o erro de nadar até lá (Ocean X/YouTube).

Muitos peixes cometeram o erro de nadar até lá (Ocean X/YouTube).

Outra característica intrigante é o silêncio geológico desses locais. Em áreas normais do oceano, criaturas como vermes e ouriços-do-mar revolvem os sedimentos do fundo, apagando camadas históricas. Nos poços da morte, porém, a ausência de vida permite que camadas de sedimentos se acumulem intocadas por milênios. Essas formações são como um arquivo natural, preservando informações sobre mudanças climáticas, correntes marítimas e até eventos geológicos antigos.

A exploração desses poços não é simples. Para alcançá-los, os cientistas usaram veículos submarinos operados remotamente e mergulhadores especializados, que enfrentam pressões extremas e riscos constantes. Cada amostra coletada é analisada em busca de microrganismos extremófilos – seres que, contra todas as expectativas, conseguem sobreviver em condições tão inóspitas. Esses organismos são pistas importantes para entender os limites da resistência da vida.

Enquanto isso, o Mar Vermelho continua a surpreender. Suas águas, conhecidas pela biodiversidade única, agora também revelam ambientes que parecem saídos de um filme de ficção científica. E embora os poços da morte soem como algo a ser evitado, eles são um lembrete de que o oceano ainda guarda mistérios capazes de revolucionar nosso conhecimento sobre a Terra – e talvez até sobre o universo.

Para os cientistas, cada expedição a essas regiões profundas é uma oportunidade de decifrar enigmas do passado e do futuro. E para nós, que observamos de longe, resta a certeza de que o planeta ainda tem muito a revelar – desde que estejamos dispostos a enfrentar o desconhecido.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.

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