Às vezes pensamos que a ficção está muito além da realidade, porém em muitos casos é exatamente o oposto: no caso do Titanic, por exemplo, tivemos casos de verdadeiros heróis e pessoas que atuaram bravamente no evento e que foram retratadas na ficção.
Infelizmente, apenas 700 das 2.200 pessoas que embarcaram no grande cruzeiro de última geração para a época sobreviveram. E, apesar de haver vários filmes sobre essa catástrofe, foi James Cameron quem conseguiu conquistar o coração de todos ao inventar a história de amor entre Leonardo DiCaprio e Kate Winslet.
E, por incrível que pareça, nem tudo foi história do diretor – veja a seguir 11 personagens reais que inspiraram o filme Titanic:
11. J. Bruce Ismay
Joseph Bruce Ismay foi o presidente e diretor da White Star Line de barcos a vapor. Com o desejo de superar seus concorrentes, ele decidiu criar um navio luxuoso e incomparável e, portanto, ordenou que o número de botes salva-vidas no Titanic fosse reduzido de 48 para 16.
Após ser resgatado de um navio afundando, Ismay foi criticado pela imprensa por abandonar o Titanic enquanto ainda havia mulheres e crianças a bordo. Apesar de uma investigação oficial ter mostrado que ele ajudou muitos passageiros e ocupou um lugar vazio no último barco, ele viveu até o fim de seus dias com o estigma de covarde.
Ismay ganhou uma imagem muito negativa que continua a ser usada na cinematografia. O filme de James Cameron também não foi uma exceção.
10. Thomas Andrews
© Titanic / Twentieth Century Fox and co-producers, © Gelosia / Wikimedia, © Public domain in the United States
Thomas Andrews foi o projetista do Titanic e ele estava a bordo na viagem inaugural do navio para supervisionar seu trabalho. Após a colisão com o iceberg, Andrews foi um dos poucos que souberam do iminente naufrágio do navio de cruzeiro.
Ele persuadiu os passageiros (que estavam resistindo) a entrar nos barcos e vasculhou as cabines, incitando as pessoas a colocarem coletes salva-vidas e irem para o convés. Andrews não poderia sobreviver. O homem foi visto pela última vez pouco antes do Titanic afundar completamente.
9. Capitão Edward Smith
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Edward Smith tinha 62 anos quando comandou o Titanic e cresceu em uma família de trabalhadores.
Ele havia abandonado a escola aos 12 anos para entrar na Reserva Naval Real Britânica, se tornando o capitão mais experiente da White Star Line, com mais de 40 anos de experiência.
A viagem no Titanic deveria ter sido a última do capitão antes de se aposentar, porém infelizmente ele faleceu no desastre.
8. William McMaster Murdoch
Com 16 anos de experiência em navegação, William Murdoch foi o primeiro oficial do Titanic. Ele estava de plantão no dia da tragédia e tentou evitar a colisão, mas a equipe percebeu o iceberg tarde demais e, 37 segundos depois de descobrir o iceberg, se deu o acidente.
7. Frederick Fleet
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Frederick Fleet foi o vigia na noite da tragédia e o primeiro a notar o iceberg, junto com um colega. Mais tarde, dando seu testemunho às comissões americanas e britânicas que investigaram o desastre, Fleet disse que, se os observadores tivessem recebido binóculos naquela viagem, ele teria notado o iceberg bem mais cedo.
No entanto, alguns especialistas supõem que, mesmo com binóculos, os vigias não conseguiriam localizar o iceberg a tempo, dadas as condições noturnas.
6. Charles Lightoller
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Lightoller foi o sobrevivente de mais alto escalão do Titanic: 1uando o transatlântico começou a afundar, Charles pulou do navio, milagrosamente evitando ser sugado pelo poço de ventilação. Ele entrou em um barco desmontável, no qual, além dele, havia outros 29 homens. Lightoller ensinou-lhes como equilibrar o barco para que não afundasse. Mas, infelizmente, nem todos puderam esperar pelo barco que os resgatou ao amanhecer: alguns simplesmente caíram na água de exaustão.
Após o desastre, ele trabalhou oferecendo melhorias significativas no transporte de passageiros em navios, aumentando o número de botes salva-vidas e recomendando treinamento em seu uso. Além disso, propôs o estabelecimento da comunicação via rádio 24 horas com cada navio transmitindo constantemente sinais sobre áreas perigosas em termos de condições climáticas.
5. John “Jack” Phillips
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No dia da tragédia, John “Jack” Phillips, o operador de rádio do Titanic, estava sobrecarregado com os telegramas dos passageiros, pois pouco tempo antes, o transmissor de rádio havia quebrado. Phillips não havia conseguido entregar ao capitão alguns avisos de navios próximos sobre icebergs e nem ouviu a última mensagem do navio mais próximo, o que poderia ter ajudado a evitar uma colisão, porque seu colega operador de rádio não a marcou como “importante”.
Quando ocorreu o desastre, o capitão ordenou que os operadores de rádio enviassem um sinal de socorro. E Jack Phillips não parou de transmitir por um minuto até que a sala de transmissão inundou e o transmissor ficou mudo. Phillips não foi salvo.
4. Coronel Archibald Gracie IV
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O Coronel Archibald Gracie foi um escritor e historiador amador que viajou no Titanic como passageiro de primeira classe. Quando a colisão ocorreu, ele ajudou o segundo oficial Lightoller a colocar as mulheres e crianças nos barcos. Após o naufrágio do navio, ele foi salvo em um barco desmontável.
Imediatamente após retornar a Nova York, Gracie começou a escrever um livro sobre sua viagem no Titanic, que se tornou uma valiosa fonte de informações para historiadores e pesquisadores do desastre.
A saúde do coronel foi gravemente afetada pela hipotermia e, 8 meses após a tragédia, ele faleceu devido a complicações do diabetes. O naufrágio do Titanic deixou uma marca tão profunda em seu psicológico que suas últimas palavras foram : “Temos que colocá-los nos barcos. Temos que colocar todos nos barcos.”
3. Ida e Isidor Strauss
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No filme há uma cena que mostra um casal de idosos se abraçando durante o naufrágio do Titanic. E, por incrível que pareça, esses personagens são reais: Ida e Isidor Straus.
O oficial do Titanic, considerando a idade avançada do casal, estava disposto a permitir que ambos embarcassem em um bote salva-vidas, mas Isidor recusou, decidindo compartilhar o destino dos outros homens do navio. Ele tentou colocar sua esposa no barco, mas Ida não queria deixar o marido no navio afundando. “Estamos juntos há muitos anos. Aonde você for, eu vou”, Ida disse a ele. O casal de idosos foi visto pela última vez sentado em beliches em um dos conveses do navio.
2. Wallace Hartley
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No filme há uma cena em que, apesar do pânico com o naufrágio do Titanic, a orquestra continua tocando música, o que é muito comovente, pois os músicos tentavam acalmar as pessoas sabendo que iriam morrer de qualquer maneira.
Essa cena foi baseada em uma história real: Wallace Hartley era o maestro da orquestra no transatlântico e, após a colisão com o iceberg, ele e outros músicos começaram a tocar peças para manter os passageiros calmos.
Muitas testemunhas disseram que a orquestra continuou tocando até o navio afundar. Nenhum dos músicos sobreviveu. Quando os socorristas encontraram o corpo de Hartley, ele estava amarrado com seu violino, na parte de trás do qual estava escrita uma frase de sua noiva: “Para Wallace, por ocasião do nosso noivado, de Maria”.
1. Margaret Brown
Margaret Brown era uma passageira real do Titanic: no filme, ela foi representada pela mulher que emprestou o terno do filho para que Jack para que pudesse jantar com os passageiros da primeira classe.
Na vida real, Margaret ajudou os passageiros a entrar nos barcos e se recusou a ir para que se assegurasse que todos estivessem seguros. Ela ainda discutiu com os superiores para que ajudassem a recolher as pessoas que estavam se afogando quando o resgate finalmente chegou.
Após os passageiros terem sido resgatados pelo transatlântico Carpathia, Margaret fez listas de sobreviventes, procurou comida e cobertores para os afetados.
Ela até organizou um comitê para arrecadar fundos e prestar assistência psicológica aos sobreviventes do desastre.
Em reconhecimento ao seu trabalho, ela foi premiada com a Ordem Nacional da Legião de Honra e foi apelidada de “a Inafundável”.