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Ao longo de toda a história, a humanidade já produziu mais tesouros e objetos valiosos do que podemos imaginar. No entanto, muitos não sobreviveram às guerras, aos roubos, saques e à passagem do tempo. Ainda hoje, existem diversas preciosidades que se perderam com o passar dos anos, e nunca mais foram encontradas.
Nesta lista, você vai conhecer dez dos tesouros mais valiosos do mundo que misteriosamente desapareceram para nunca mais serem encontrados.
Confira:
1. A Câmara de Âmbar.
A Câmara de Âmbar foi um cômodo desenhado pelo escultor barroco Andreas Schlüter, e construído por Gottfried Wolfram no começo dos anos 1700 na Prússia. Em sua decoração, estavam diversos painéis em âmbar, além de espelhos folheados a ouro.
Considerada por um muitos como a “oitava maravilha do mundo”, pertencia ao Palácio de Catarina, em Tsarskoye Selo, antiga residência da família imperial da Rússia, nas proximidades de São Petersburgo.
O local foi saqueado pelos nazistas em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, e a câmara foi transferida para a cidade alemã de Königsberg. Durante o fim da guerra, ela foi desmontada, e até hoje o seu paradeiro continua desconhecido. A decoração foi reconstruída em Tsarskoye Selo em 2003, depois de décadas de trabalho envolvendo vários artesãos russos.
Existem rumores de que a câmara original teria sido encontrada em 2015, na zona industrial de Ruhr, na Alemanha. De acordo com os rumores, ela estaria enterrada na cidade de Wuppertal. Essa versão reforça a ideia defendida por muitos de que o roubo da Câmara de Âmbar teria sido orquestrado por Erich Koch, um dos chefes nazistas na Prússia Oriental.
2. A Arca da Aliança.
Representação do momento do transporte da Arca da Aliança. | Domínio Público.
De acordo com a Bíblia, a Arca da Aliança foi o local de repouso das tábuas em que foram escritos os Dez Mandamentos, bem como outros objetos sagrados. De acordo com os relatos, a arca teria sido guardada a sete chaves em um templo construído pelo Rei Salomão. Este templo, conhecido como “Primeiro Templo” ou “Templo de Salomão”, era o local mais sagrado da Terra para o povo judeu.
Em meados de 587 a.C, o exército do Rei Nabucodonosor II conquistou Jerusalém, destruindo parte da cidade e saqueando-a.
De acordo com o Segundo Livro dos Macabeus, o profeta Jeremias teria escondido a arca no Monte Nebo, localizada na moderna Jordânia. No entanto, até hoje não se sabe ao certo o que aconteceu ao objeto.
O mistério da Arca da Aliança inspirou diversas criações literárias e cinematográficas. Em uma das mais populares, o cineasta George Lucas utilizou a arca como base para a criação do roteiro de “Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida”.
3. A espada Honjo Masamune.
Wikipedia
Segundo a história contada através dos séculos, a espada Honjo Masamune teria sido forjada pelo ferreiro Gorō Nyūdō Masamune, que viveu entre 1264 e 1343. Para muitos historiadores, Masamune foi um dos maiores ferreiros de toda a história do Japão.
O nome da espada foi dado em homenagem a um de seus donos, Honjo Shigenaga, que colocou suas mãos sobre a espada depois de vencer uma batalha em meados do século 16.
No mesmo século, anos depois, a espada passou para a posse de Tokugawa Ieyasu, o primeiro xogum do Japão.
As histórias contadas sobre a Honjo Masamune e seus poderes mágicos são tão numerosas quanto fantasiosas, mas eram suficientes para causar medo entre os inimigos dos japoneses. Tanto que, durante a Segunda Guerra Mundial, depois de ter passado por vários séculos pela família Tokugawa, a espada foi tomada pelos estadunidenses durante a ocupação do Japão.
Há várias teorias sobre o que foi feito com a espada. Alguns dizem que ela foi destruída por soldados dos EUA que temiam que ela pudesse ser utilizada contra forças estadunidenses. Outros, afirmam que ela fora levada intacta para os Estados Unidos, para algum lugar que ainda não foi encontrado.
4. Joias da Coroa Irlandesa.
WikiCommons
Ocorrido em 1907, o roubo das Joias da Coroa Irlandesa, realizado no Castelo de Dublin, permanece como um dos crimes mais antigos sem solução até hoje.
As joias não faziam parte de nenhuma cerimônia de coroação na Irlanda, e na verdade estavam relacionadas à Ilustríssima Ordem de São Patrício, criada em 1783 por Jorge III. A Ordem foi criada com o intuito de condecorar oficiais de alto patamar da Irlanda, bem como pessoas que prestavam importante serviço aos governantes.
Ao todo, as joias consistiam em 394 pedras preciosas, que supostamente teriam se tornado propriedade da Grã-Bretanha depois de terem sido oferecidas como um presente por um Sultão da Turquia.
Esforços não foram medidas à época para tentar solucionar o roubo, bem como nos séculos que se sucederam. Entretanto, até o presente momento, o paradeiro final das joias não foi encontrado, da mesma forma com que não se sabe nenhum detalhe sobre o método pelo qual elas foram roubadas.
Uma das teorias mais frequentes, no entanto, afirma que Francis Shackleton, irmão do famoso explorador Ernest Shackleton, seria um dos suspeitos.
5. O tesouro do bispo falecido.
Myriam Thyes/Wikipedia under CC BY-SA 3.0
Em 1357, uma embarcação deixou Lisboa rumo a Avignon, na França, levando uma arca repleta de tesouros pertencentes a Thibaud de Castillon, um bispo que havia falecido recentemente, incluindo tapeçarias, anéis, ouro, prata e outras joias, incluindo até mesmo altares portáteis.
Entretanto, quando estava próximo da cidade de Cartagena, na moderna Espanha, o navio foi atacado por duas embarcações piratas, cuja tripulação tratou de roubar todo o tesouro. Apesar de não serem exatamente iguais aos que a ficção e o cinema nos apresentam, os piratas eram bastante assustadores no passado, e constituíam um risco real para mercadores e viajantes. Embarcações como essa, que carregava um tesouro de valor altíssimo, eram os principais alvos desses malfeitores.
Um dos navios, que era tripulado por Antonio Botafoc, foi capturado tempo depois. Mas o tesouro ao que tudo indica estava no segundo navio, comandado por Martin Yanes, que conseguiu escapar sem deixar vestígios. Até hoje, não se sabe exatamente o que aconteceu com Yanes, seu navio e o tesouro roubado.
6. Diamante Florentino.
Com 137 quilates, o diamante florentino, de origem indiana, é uma das maiores gemas do seu tipo em todo o mundo. Não se sabe muito sobre a sua origem, e várias teorias foram passadas ao longo dos anos. Acredita-se, no entanto que a pedra de 126 faces e nove lados tenha sido cortada por Lodewyk van Bercken para o duque da Borgonha, Charles.
A peça alegadamente fora utilizada por Charles durante a Batalha de Morat – onde ele acabou perdendo sua vida, em 22 de junho de 1476. A peça então teria sido encontrada por um camponês, ou ainda por um soldado da infantaria, que teria passado a joia adiante por um valor insignificante, pensando se tratar apenas de vidro.
Fato é que em novembro de 1918 o diamante estava nas mãos da família real de Habsburg, que foi deposta após o colapso do império Austro-Húngaro durante a Primeira Guerra Mundial. Como precaução, a gema foi depositada em um banco na Suíça, sob os cuidados de um advogado austríaco, Bruno Steiner.
Entretanto, a joia sumiu desde então. Em 1924, registros da imprensa dão conta de que Steiner foi preso por fraude, e não se sabe o que aconteceu com o diamante. É possível, de acordo com os especialistas, que ele tenha sido fragmentado em vários outros diamantes menores, como já aconteceu com diversas outras peças valiosas da antiguidade.
7. Menorá do Segundo Templo.
Domínio Público
O menorá, de acordo com o que diz a Bíblia, é uma espécie de candelabro com sete lâmpadas, feito totalmente de ouro, que decorava o santuário criado por Moisés no deserto, e posteriormente em Jerusalém.
Entre os anos de 66 e 74 d.C, rebeldes judeus batalharam contra as forças romanas na esperança de liberar Israel do Império Romano, mas acabaram perdendo Jerusalém em uma batalha contra o exército liderado por Tito, que mais tarde se transformaria em imperador.
Nesta ocasião, o Segundo Templo foi saqueado, com vários de seus tesouros sendo levados para Roma – incluindo o menorá.
Na Arca de Tito, localizada em Roma, é possível ver uma imagem que ilustra o momento em que o menorá foi carregado para a capital. Nestas ilustrações, o objeto é mostrado em tamanho quase tão grande quanto os homens que o carregam.
Até hoje, no entanto, ninguém sabe o paradeiro final do menorá, mas muitos especulam que ele está escondido em algum lugar de Roma, apenas esperando por ser encontrado.
8. Os tesouros do Manuscrito de Cobre.
Reprodução | Alamy
O Manuscrito de Cobre é um dos manuscritos do Mar Morte, encontrado no sítio arqueológico de Khirbet Qumran, na Cisjordânia. Escrito em cobre misturado com estanho, não se trata de uma obra literária, e sim de uma espécie de lista com a localização de diversos tesouros valiosos, incluindo ouro e prata.
De acordo com estimativas modernas, os tesouros listados no Manuscrito de Cobre poderiam valer bilhões de dólares na atualidade, mas é impossível até mesmo confirmar se estas peças são reais ou fruto do imaginário de quem escreveu o manuscrito.
O que se sabe é que o manuscrito provavelmente foi escrito em um período em que os romanos estavam derrotando os grupos de judeus que se rebelavam contra o Império, no conflito que, como mencionado no item acima, resultou na tomada de Jerusalém.
Não podemos descartar, portanto, que os romanos tenham colocado as mãos sobre o tesouro, já que escavações nos locais citados pelo manuscrito não encontraram absolutamente nada de valor.
9. Evangelhos do Primeiro Século.
Andrea Wahra/Wikipedia Under CC BY-SA 3.0
De acordo com historiadores, os evangelhos cristãos mais antigos são os de Marcos, Lucas, Mateus e João – datados do século II d.C. Entretanto, é defendido por muitos estudiosos que estes evangelhos foram escritos na segunda metade do século I. Para confirmar isso, no entanto, precisaríamos de alguma cópia realizada no primeiro século. Sem ela, como poderíamos determinar a data com precisão?
Em um estudo de 2015, pesquisadores relataram ter encontrado um fragmento do evangelho de Marcos, entre os restos da máscara de uma múmia.
A partir da datação por carbono e do estilo de escrita aplicado no material, os pesquisadores puderam sugerir que ele de fato tenha sido escrito no século I d.C. Entretanto, o texto ainda está por ser publicado.
De qualquer forma, não é exagero acreditar que existam ainda mais evangelhos perdidos ao redor do nosso planeta, esperando por serem encontrados e revelarem seus mistérios. O problema, é que sem as circunstâncias adequadas (como o caso da múmia) esses evangelhos dificilmente suportariam a passagem dos séculos.
10. O primeiro longa metragem da história.
NFSA/YouTube
Com cerca de uma hora de duração, “The Story of the Kelly Gang” (1906) é considerado pela maioria das fontes como o primeiro longa metragem da história. A obra conta a vida de Ned Kelly, um fora-da-lei que viveu entre 1854 e 1880.
O filme foi um sucesso e tanto na Austrália, e até mesmo chegou a ser passado na Nova Zelândia e na Inglaterra, sob a alcunha, na época, de “maior filme já feito em toda a história”.
Infelizmente, a obra não recebeu os cuidados e a manutenção que deveria ter recebido. Por conta disso, já na década de 1970, apenas alguns materiais de publicidade e poucas fotografias do filme estavam preservadas.
Ao longo do tempo, foram encontrados outros fragmentos do filme, permitindo que especialistas recriassem cerca de 1/4 da obra. Entretanto, os outros fragmentos e restos do filme continuam perdidos, e provavelmente destruídos.
No ano de 2007, “The Story of Kelly Gang” recebeu sua inscrição na “Memória do Registro Mundial”, da UNESCO, em uma atitude que condecorou a importância desta obra para o cinema.