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Como serão os humanos no futuro?

Leonardo Ambrosio

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Os humanos no futuro
Mas o que pode acontecer com o ser humano no futuro? Evoluímos muito desde que a nossa espécie começou a se reproduzir. Confira!

Os seres humanos, bem como todas as outras espécies que habitam o nosso planeta, estão constantemente evoluindo. Estima-se que levamos algo em torno de 6 milhões de anos para nos tornar aquilo que somos hoje em dia, e os humanos modernos não têm muito mais do que 10 mil anos de idade. Pode parecer muito tempo, mas historicamente e evolutivamente isso não é praticamente nada. Como serão os humanos no futuro?

Os humanos no futuro
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Ao longo do nosso desenvolvimento enquanto espécie, já evoluímos de diversas formas, nos adaptando e criando formas de sobreviver melhor aos desafios que a existência nos oferece. Hoje em dia, por exemplo, grande parte das pessoas pode consumir leite de outras espécies diariamente, o que há algum tempo era totalmente impossível, visto que os mamíferos costumam consumir apenas o leite materno, e somente até certa idade. A intolerância à lactose, que torna o consumo do leite bastante difícil para muitas pessoas, pode ser encarada como um “resquício” dessa evolução.

A ansiedade, conforme alguns especialistas afirmam, também é um resquício da evolução humana, já que os nossos antepassados precisavam passar o dia preocupados com a sobrevivência, e aqueles que não faziam isso, acabavam não vivendo por muito tempo. Com uma vida mais curta, se reproduziam menos quando comparados aos que se preocupavam com os perigos da vida naquela época. A consequência? Como os “ansiosos” tinham mais filhos, isso contribuiu para que hoje em dia tenhamos um grande número de pessoas que sofre com a ansiedade mesmo que os tempos sejam outros, e já não tenhamos tantos motivos assim para temer a morte diariamente.

Algo semelhante aconteceu também com as girafas, naquele que normalmente é o exemplo mais utilizado para explicar a evolução das espécies. As girafas com pescoços mais compridos tinham maior facilidade para alcançar frutos no topo das árvores, fazendo com que estes animais vivessem mais tempo em relação aos que tinham pescoços menores. Essas girafas com pescoços compridos tinham mais filhotes, que também nasciam com pescoços compridos, até chegarem no ponto em que estão atualmente.

Mas e para o futuro? O que nos espera?

Bem, é extremamente difícil fazer previsões quando o assunto é a evolução humana, principalmente pois no mundo moderno os seres humanos vivem de forma muito diferente do passado. A sobrevivência é consideravelmente mais fácil, já que a tecnologia nos permite evitar muitos dos perigos e problemas que nossos antepassados tinham. Hoje, praticamente não entramos em contato com animais selvagens, a nossa água na maior parte do tempo é tratável e totalmente potável, e a nossa alimentação também é controlada para que não tenhamos problemas com intoxicações. Tudo isso contribui para um período de “estagnação” do nosso organismo.

Mas um dos fatores modernos que mais podem afetar a evolução da nossa espécie é a dinâmica de reprodução do ser humano moderno. Ao contrário do que acontecia há muito tempo, nós não precisamos mais nos preocupar tanto assim em procriar para manter a nossa espécie. Cada vez mais, as famílias optam por apenas um ou dois filhos, quando não abrem mão totalmente deles. O planejamento familiar diminuiu em grandes proporções a natalidade, sobretudo em países desenvolvidos, e isso possui um papel importante na hora de prever como seremos no futuro.

Da mesma forma que hoje nos parecemos em muitas coisas com os seres humanos que se reproduziam em maior quantidade no passado, no futuro seremos parecidos com aqueles que se reproduzem mais atualmente. Ou seja, se a maioria das pessoas que hoje optam por ter vários filhos possuem algum tipo de característica genética em comum, esta possivelmente será passada para os humanos do futuro. Isso serve para o bem e para o mal. A questão é que, se no passado os seres humanos que tinham poucos filhos faziam isso por terem capacidades inferiores de sobrevivência, esta não é mais uma realidade.

Mudanças físicas e adaptações ao clima

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Nas últimas décadas, algumas mudanças já vêm sendo observadas por cientistas no que diz respeito à complexidade física do ser humano. Pouco a pouco, de acordo com estudos, estamos nos tornando mais altos, sobretudo por conta da nutrição, que em países desenvolvidos e emergentes está cada vez mais adequada às necessidades do crescimento humano. Ao mesmo tempo, nossos cérebros estão se tornando cada dia menores quando comparados aos de nossos antepassados. Mas não se preocupe, isso não está acontecendo porque estamos nos tornando menos inteligentes, e sim porque o cérebro está cada vez se tornando mais eficiente,

Por isso, seguindo esta tendência, podemos esperar que no futuro os seres humanos se tornem consideravelmente maiores, e com cabeças menores do que as que ostentamos hoje em dia.

Outro fator que pode nos levar a adaptações genéticas é o clima. Ninguém sabe exatamente o que vai acontecer com o nosso planeta em termos de temperatura e preservação do meio ambiente. Nosso corpo, no entanto, poderia se modificar para suportar temperaturas diferentes das que estamos acostumados hoje em dia. Isso levaria, obviamente, bastante tempo, mas poderíamos ter corpos capazes de suportar o calor ou o frio extremo, ou ainda capazes de lidar melhor com o excesso de raios UV do sol, caso a camada de ozônio continue sendo dilapidada.

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Leonardo Ambrosio tem 26 anos, é jornalista, vive em Capão da Canoa/RS e trabalha como redator em diversos projetos envolvendo ciências, tecnologia e curiosidades desde 2014.