Lidar com interrupções no sono exige mais do que apenas ficar deitado na cama esperando pegar no sono novamente, segundo especialistas no assunto. Pesquisas recentes e orientações de médicos apontam estratégias específicas que ajudam a enfrentar aqueles momentos frustrantes de acordar no meio da noite.
A Dra. Biquan Luo, CEO da LumosTech, destaca um ponto crucial sobre o uso de tecnologia durante esses despertares noturnos. “Olhar para o relógio pode aumentar o estresse e dificultar o retorno ao sono. Além disso, se você olhar a hora no celular, o conteúdo do aparelho pode ser muito estimulante, o que impede ainda mais o relaxamento e o retorno ao sono”, disse ela ao *New York Post*.
O impulso comum de pegar o celular e acessar redes sociais como o TikTok nesses momentos de insônia pode, na verdade, agravar o problema. Em vez disso, a Dra. Luo sugere uma abordagem mais prática: “Se você não conseguir voltar a dormir após 10 ou 15 minutos, é hora de sair da cama. Vá para um lugar tranquilo e confortável na casa, como o sofá, e faça uma atividade calma e de baixa estimulação, como ler um livro ou realizar algo relaxante, até sentir sono novamente – então volte para a cama.”
Essa recomendação está alinhada com as orientações da Dra. Fiona Barwick, diretora do Programa de Saúde do Sono e Ritmo Circadiano da Escola de Medicina da Universidade de Stanford. Ela ressalta a importância da abordagem mental durante esses períodos de vigília. “Ficar pensando no fato de que você não está dormindo pode despertar a mente e deixá-lo mais ansioso. Uma atitude melhor é aceitar a situação – não resista ao fato de estar acordado – e encontre um foco alternativo”, explicou ela à revista *Self*.
Outro especialista, Luis F. Buenaver, oferece um contexto adicional sobre a importância de mudar de ambiente durante interrupções no sono. Falando ao John Hopkins Medicinem, ele explica por que permanecer na cama estando acordado pode ser contraproducente: “Fazer isso levará seu cérebro e corpo a associarem sua cama com estar acordado, em vez de associá-la ao sono.”
Ele reconhece que sair de uma cama quente e confortável pode ser difícil, mas apresenta essa ação como um investimento na qualidade do sono futuro. A recomendação de se mudar para uma cadeira confortável em outro cômodo ajuda a manter a associação da cama exclusivamente com o ato de dormir, e não de estar desperto.
O consenso entre os especialistas aponta para algumas ações-chave: evite olhar dispositivos ou relógios, saia da cama se não conseguir dormir após 15 minutos, envolva-se em atividades calmas em outro ambiente e mantenha uma atitude neutra em relação ao fato de estar acordado. Essas estratégias ajudam a prevenir associações negativas com o sono e reduzem a ansiedade que frequentemente acompanha os despertares noturnos.