Com que frequência você deve trocar os lençóis?

por Lucas Rabello
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Imagine só: você está enrolado na cama, sua fortaleza pessoal aconchegante, mas e se eu te dissesse que ela também está servindo como um resort cinco estrelas para hóspedes microscópicos indesejados?

Então, uma certa pesquisa que ganhou destaque no The Independent revelou uma surpresa, mostrando que quase metade dos homens solteiros do Reino Unido transformam sua cama em uma placa de Petri, lavando os lençóis apenas a cada quatro meses.

Uma pesquisa separada da YouGov tentou entender nossos caprichos de lavagem, sugerindo uma lavagem quinzenal como a favorita da galera. Mas é aqui que a coisa esquenta: quanto mais tempo esses lençóis ficam na cama, mais eles se transformam no que os especialistas chamam brincando de “meio de cultura fúngica ideal”. Aconchegante, né? Nossas aventuras noturnas e os ~98 litros de suor que doamos aos nossos colchões anualmente criam um paraíso microbiano.

Philip Tierno, um microbiologista da Universidade de Nova York, defende uma lavagem semanal para manter as criaturas à distância. E adivinha? Um terço dos respondentes da YouGov já está nessa onda, tornando sua cama um local menos propenso a ser um criadouro de alérgenos.

Mas espera, tem mais. Falhar em refrescar esses lençóis pode transformar sua cama no que o Journal of Allergy and Clinical Immunology chama carinhosamente de “reservatórios de alérgenos”. Estamos falando de um coquetel de caspa de animais, pólen, pedaços de ácaros e sim, até fezes.

Essa festa de alérgenos não é apenas nojenta – é um ingresso dourado para alergias e até asma. Então, para aqueles “Ao Natural” que lavam seus lençóis a cada poucas semanas, considere isso um aviso amigável.

Deixar os lençóis marinarem em seu próprio ecossistema por mais de três semanas pode estender o tapete vermelho para bactérias como Staphylococcus aureus – pense em acne a pneumonia – e E. coli, notória por diversas infecções.

E não vamos esquecer dos ácaros do pó, esses pequenos parasitas que se banquetam com nossa pele descamada. Uma boa lavagem pode colocá-los em xeque, mas se seu colchão não vê um aspirador há um milênio, talvez seja hora de uma limpeza.

Então, enquanto não estamos aqui para apontar dedos ou coroar os campeões da lavanderia, está claro que quando se trata de higiene de lençóis, há mais em jogo do que apenas um aroma fresco. Seja um santuário para dormir ou um encontro microbiano, parece que a máquina de lavar pode ser a heroína não cantada de nossas histórias de hora de dormir.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.