Sabia que uma das bebidas mais famosas do mundo está no centro de um debate sobre seu ingrediente doce? Tudo começou com uma declaração surpreendente do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele afirmou publicamente, em sua rede social Truth Social, que conversou pessoalmente com a Coca-Cola e que a empresa concordou em fazer uma mudança significativa na receita americana do refrigerante.
Segundo Trump, a Coca-Cola passará a usar açúcar de cana real em sua fórmula nos Estados Unidos. Ele expressou entusiasmo com a mudança, classificando-a como “muito boa” e agradecendo às autoridades da empresa. O presidente, conhecido por seu gosto por Diet Coke, parece ter colocado seu peso político por trás dessa ideia.
Essa notícia chamou a atenção porque atualmente, nos EUA, a Coca-Cola não utiliza açúcar de cana. Em vez disso, o refrigerante é adoçado com xarope de milho rico em frutose. Essa escolha tem raízes históricas e econômicas, ligadas a subsídios agrícolas americanos ao milho e a custos mais baixos em comparação com a importação de açúcar de cana, tradicionalmente vindo de países da América do Sul.
A resposta oficial da Coca-Cola Company foi cautelosa e não confirmou as alegações de Trump. Em um comunicado, a empresa agradeceu o “entusiasmo” do presidente pela marca, mas apenas prometeu que “mais detalhes sobre novas ofertas inovadoras dentro de nossa linha de produtos Coca-Cola serão compartilhados em breve”. Não houve menção específica a uma mudança para açúcar de cana nos EUA.
Curiosamente, essa não seria a primeira vez que a receita da Coca-Cola muda. A bebida, criada pelo farmacêutico John Pemberton em Atlanta, Geórgia, e vendida pela primeira vez em 1886, já passou por transformações importantes. A mais famosa (e chocante) foi a remoção da cocaína da fórmula em 1903. Sim, a Coca-Cola original continha traços da substância, algo impensável hoje.
Além disso, enquanto os consumidores americanos bebem Coca-Cola com xarope de milho, moradores de países como México, Austrália e partes da Europa já desfrutam de versões feitas com açúcar de cana real. Muitos fãs afirmam notar diferença no sabor, considerando a versão com açúcar mais suave e agradável.
Coincidentemente, ou não, a declaração de Trump surge meses após o CEO da Coca-Cola, James Quincey, mencionar aos investidores em abril o compromisso contínuo da empresa com a “redução de açúcar em nossas bebidas”, através de mudanças nas receitas e promoção de opções menos açucaradas.
Será que a pressão pública e o possível retorno ao açúcar de cana fazem parte dessa estratégia? A Coca-Cola mantém o suspense, prometendo novidades em breve. Os amantes do refrigerante aguardam para ver se os EUA seguirão o exemplo do México e outros países no que diz respeito ao ingrediente doce.