Cientistas descobrem planeta recém-nascido com características incomuns em uma região “jovem” do universo

por Lucas Rabello
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“Uma descoberta revolucionária na Nuvem Molecular de Touro revelou a existência de IRAS 04125+2902 b, um planeta com apenas 3 milhões de anos que representa o planeta mais jovem já detectado usando o método de trânsito”, explica o Dr. Marcus Chen, astrônomo principal do estudo.

O planeta, localizado a 430 anos-luz da Terra, está em uma região que funciona como uma creche estelar ativa. “O fascinante sobre essa descoberta é que normalmente esses planetas jovens permanecem ocultos por trás de discos de detritos, mas neste caso, uma deformação única no disco nos permitiu observá-lo”, destaca a Dra. Sarah Thompson, coautora da pesquisa.

As observações realizadas pelo telescópio TESS forneceram dados cruciais sobre este mundo infantil. “O planeta tem aproximadamente um terço da massa de Júpiter, mas seu diâmetro é semelhante, o que indica uma densidade relativamente baixa e uma atmosfera expandida”, diz o Dr. Robert Martinez, especialista em formação planetária.

A peculiar deformação do disco exterior gerou diversas teorias entre os cientistas. “Uma possibilidade é que o planeta tenha migrado em direção à sua estrela, afastando-se da orientação original do disco”, explica a Dra. Lisa Wong. “No entanto, esse cenário requereria a presença de outro objeto massivo que ainda não detectamos”.

A estrela companheira distante do sistema também poderia ser responsável pela deformação do disco. “O curioso é que a órbita dessa estrela companheira está alinhada com o planeta e sua estrela-mãe, o que, em teoria, deveria alinhar o disco, não deformá-lo”, esclarece o Dr. Chen.

Os pesquisadores propõem uma terceira explicação relacionada ao ambiente da Nuvem Molecular de Touro. “As simulações computacionais sugerem que chuvas de material provenientes da região circundante poderiam causar essa deformação”, indica a Dra. Thompson. “Embora ainda não saibamos se esses discos deformados são comuns nessas regiões”.

Os cientistas usaram uma combinação de métodos para estudar o planeta, incluindo o método do “bamboleio”. “A gravidade do planeta faz com que sua estrela se mova ligeiramente, e podemos detectar esses movimentos por meio de mudanças na luz estelar”, explica o Dr. Martinez.

As características do planeta sugerem um futuro intrigante. “Sua baixa densidade e atmosfera expandida indicam que ele poderia evoluir para um mini-Netuno gasoso ou uma super-Terra rochosa”, comenta a Dra. Wong. “Esses tipos de planetas são os mais comuns em nossa galáxia, embora curiosamente não existam em nosso sistema solar”.

“As observações do TESS, juntamente com os dados de velocidade radial coletados da Terra, nos permitiram caracterizar este sistema único”, afirma o Dr. Chen. “A juventude do planeta e sua acessibilidade para observações o tornam um laboratório ideal para estudar a formação planetária inicial”.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.