Nossa própria Lua tem uma das maiores crateras preservadas do Sistema Solar, a Bacia do Polo Sul-Aitken, localizada no lado mais distante do satélite. A área está no centro de muitas investigações, com vários orbitadores e até a chinesa Chang’e-4 estudando a região. Agora, os pesquisadores descobriram uma ENORME anomalia em sua superfície.
Cientistas planetários descobriram uma estrutura que pesa 2,18 bilhões de quilos e se estende por mais de 300 quilômetros de profundidade. Conforme relatado na revista Geophysical Research Letters, a equipe sugere que a massa pode ser do asteroide que formou a cratera.
“Imagine levar uma pilha de metal cinco vezes maior que a Ilha Grande do Havaí e enterrá-la no subsolo. É aproximadamente a quantidade de massa inesperada que detectamos”, disse o principal autor da pesquisa, Bay B. James, da Universidade de Baylor.
NASA
A descoberta foi possível graças à missão da Gravity Recovery and Interior Laboratory (GRAIL), que mede mudanças sutis no campo gravitacional da Lua. Estas observações podem ser usadas para estudar a composição interna do nosso satélite natural.
“Quando combinamos isso com os dados da topografia lunar da Lunar Reconnaissance Orbiter, descobrimos a inesperadamente grande quantidade de massa centenas de quilômetros abaixo da bacia do Pólo Sul-Aitken”, disse James. “Uma das explicações desta massa extra é que o metal do asteróide que formou esta cratera ainda está embutido no manto da Lua.”
A equipe fez simulações de computador para explicar a anomalia. É possível que quando o asteróide atingiu a Lua cerca de 4 bilhões de anos atrás, permaneceu no manto em vez de afundar no núcleo. Uma explicação alternativa centra-se na solidificação da Lua, sugerindo que a concentração de óxidos densos pode ter se formado à medida que o oceano de magma esfriou e se estabilizou.
O interesse na Bacia do Pólo Sul-Aitken de várias agências espaciais é devido ao quão especial ela é. A região pode ser usada tanto para entender a composição do interior da Lua como para estudar sua história. É também o melhor laboratório para estudar como seria um impacto catastrófico na superfície de um planeta rochoso.