Cientista de Harvard revela fórmula que, segundo ele, “prova que Deus é real”

por Lucas Rabello
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A ciência e a religião frequentemente parecem ocupar lados opostos em debates sobre a origem do universo. Enquanto figuras como Stephen Hawking, um dos físicos mais celebrados da história, defendiam uma visão secular da criação, outros cientistas buscam conexões entre o divino e as leis naturais.

Um nome que recentemente entrou nessa discussão é o do astrofísico Dr. Willie Soon, pesquisador do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, nos Estados Unidos. Em uma entrevista no programa de Tucker Carlson, ele apresentou um argumento matemático que, segundo ele, sugere a existência de um “projeto intencional” por trás do cosmos.

Com décadas de experiência em estudos sobre o Sol e o clima espacial, Dr. Soon não é um teólogo, mas um cientista com sólida formação em física e engenharia aeroespacial. Durante a conversa, ele destacou o chamado “argumento do ajuste fino”, uma ideia que vem ganhando atenção em círculos acadêmicos. Esse conceito propõe que as constantes físicas do universo — como a força da gravidade, a carga do elétron e a velocidade da luz — possuem valores tão precisos que qualquer mínima alteração tornaria a vida impossível.

Para ilustrar seu ponto, Soon citou uma fórmula desenvolvida pelo matemático Paul Dirac, conhecido como o “pai da antimatéria”. Em 1963, Dirac já questionava por que as leis fundamentais da natureza são descritas por teorias matemáticas de “grande beleza e poder”, como ele mesmo escreveu. A fórmula em si não é apresentada como uma equação complexa, mas como uma reflexão filosófica: Dirac sugeriu que a elegância matemática do universo não poderia ser obra do acaso. “Deus é um matemático de altíssimo nível”, escreveu ele, “e usou matemática avançada para construir o universo”.

Cientista de Harvard revela fórmula que, segundo ele, "prova que Deus é real"

O Dr. Soon detalhou a fórmula (YouTube/Tucker Carlson)

Dr. Soon ampliou essa ideia durante a entrevista. Ele explicou que, para que átomos, estrelas e planetas se formassem, as forças da natureza precisaram se equilibrar de maneira quase milimétrica. Por exemplo: se a força nuclear forte (que mantém os núcleos atômicos unidos) fosse apenas 2% mais intensa, quase todo o hidrogênio do universo teria se transformado em hélio logo após o Big Bang, inviabilizando a formação da água e da vida como a conhecemos. Por outro lado, se a força gravitacional fosse um pouco mais fraca, as estrelas não conseguiriam gerar elementos pesados, como carbono e oxigênio, essenciais para organismos vivos.

Essa sintonia fina não se limita às forças fundamentais. A expansão do universo também segue um ritmo preciso: se fosse mais rápida, a matéria se espalharia demais para formar galáxias; se fosse mais lenta, o cosmos entraria em colapso sob sua própria gravidade. Até a distância da Terra ao Sol parece “ajustada” para permitir a existência de água líquida e climas estáveis.

Para muitos cientistas, essas coincidências podem ser explicadas por múltiplos universos (o “multiverso”), onde cada um tem leis físicas diferentes, e o nosso simplesmente é o que deu certo. Dr. Soon, porém, vê a matemática como uma pista de algo maior. “Deus nos deu essa luz”, disse ele, referindo-se não apenas à radiação das estrelas, mas à capacidade humana de decifrar as leis da natureza.

A comunidade científica permanece dividida. Enquanto alguns veem no ajuste fino um indício de design inteligente, outros argumentam que buscar respostas em entidades sobrenaturais foge ao método científico. O próprio Dirac, apesar de sua metáfora sobre um “Deus matemático”, era agnóstico.

Independentemente de crenças pessoais, o debate revela um fascínio compartilhado: a precisão quase artística com que o universo opera. Seja por acaso, por necessidade ou por projeto, as equações que regem o cosmos continuam a inspirar tanto cientistas quanto filósofos — e, agora, até conversas em podcasts.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.

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