Chupacabra: a surpreendente história real por trás das criaturas míticas sugadoras de sangue

por Lucas Rabello
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Por décadas, histórias de uma criatura misteriosa conhecida como chupacabra têm cativado a imaginação de pessoas em alguns países da América. Esta besta lendária, cujo nome traduz-se literalmente para “sugador de cabras” em espanhol, tem sido o tema de incontáveis relatos, avistamentos e investigações. Mas o que exatamente é o chupacabra, e há alguma verdade em sua existência?

O Nascimento da Lenda do Chupacabra

O chupacabra entrou pela primeira vez na consciência pública em 1995, quando relatos de ataques misteriosos a animais começaram a surgir em Porto Rico. Fazendeiros descobriram seu gado, especialmente cabras, mortos e sem sangue. Essas descobertas macabras despertaram medo e curiosidade entre os locais, levando à criação do mito do chupacabra.

Relatos de testemunhas oculares descreveram uma criatura temível, aproximadamente do tamanho de um pequeno urso, com características distintivas que a diferenciavam de qualquer animal conhecido. Dizia-se que o chupacabra tinha pele escamosa, espinhos ao longo das costas e, às vezes, um rabo. Alguns relatos afirmavam que ele andava sobre duas pernas, enquanto outros insistiam que era quadrúpede. Talvez o mais intrigante fosse que muitas testemunhas relatavam um forte cheiro de enxofre associado à criatura.

À medida que as notícias desses ataques se espalhavam, incidentes semelhantes começaram a ocorrer em outros países. México, Argentina, Chile, Colômbia, Brasil e até partes dos Estados Unidos relataram casos de animais de fazenda morrendo em circunstâncias misteriosas, muitas vezes com seu sangue aparentemente drenado. A lenda do chupacabra rapidamente ganhou força, alimentada pela cobertura da mídia e pelo crescente alcance da internet.

Uma representação artística baseada na primeira descrição de um chupacabra.

Uma representação artística baseada na primeira descrição de um chupacabra.

Investigando o Impossível

Os relatos generalizados de atividades do chupacabra chamaram a atenção de Benjamin Radford, um escritor e cético americano. Intrigado pela possibilidade de desvendar a verdade por trás deste críptido, Radford embarcou em uma investigação de cinco anos que o levaria por toda a América do Sul e pelo sudoeste dos Estados Unidos.

Durante sua pesquisa, Radford entrevistou inúmeras testemunhas oculares, incluindo Madelyne Tolentino, que afirmou ter visto o chupacabra de perto em Canóvanas, Porto Rico. A descrição de Tolentino de uma criatura bípede com olhos negros, pele reptiliana e espinhos alinhava-se com muitos outros relatos, adicionando credibilidade à lenda crescente.

No entanto, à medida que Radford se aprofundava no mistério, ele começou a descobrir explicações alternativas para o fenômeno do chupacabra. Um avanço significativo veio com a descoberta de vários animais mortos no Texas e em outros estados do sudoeste que se assemelhavam às descrições do chupacabra.

Após uma análise mais detalhada, essas criaturas revelaram-se coiotes e cães sofrendo de um caso severo de sarna sarcóptica. Esta doença de pele altamente contagiosa faz com que os animais percam seu pelo e desenvolvam uma pele espessa e escamosa – características que correspondem de perto à aparência reportada do chupacabra. A identificação equivocada desses animais doentes como críptidos ajudou a explicar muitos dos avistamentos e supostas evidências da existência da criatura.

Desmascarando o Mito do Chupacabra

À medida que a investigação de Radford progredia, ele descobria mais explicações racionais para a lenda do chupacabra. Os ataques de animais relatados, por exemplo, muitas vezes podiam ser atribuídos a causas mais mundanas. Cães, por exemplo, às vezes mordem outros animais e os deixam para morrer, resultando em cadáveres com ferimentos aparentemente inexplicáveis.

As descrições vívidas da criatura fornecidas por testemunhas oculares como Tolentino também passaram a ser questionadas. Radford descobriu uma conexão convincente entre esses relatos e o filme de ficção científica “Species”, de 1995, que apresentava um híbrido alienígena-humano que tinha uma semelhança impressionante com o chupacabra descrito. O filme havia sido parcialmente filmado em Porto Rico e foi lançado no mesmo ano dos primeiros avistamentos reportados, sugerindo que a cultura popular pode ter influenciado as percepções e memórias das pessoas.

Apesar das evidências crescentes contra a existência do chupacabra, a lenda persistiu. Alguns atribuem sua resistência a fatores culturais e políticos, particularmente em Porto Rico. A relação complexa da ilha com os Estados Unidos levou a especulações sobre experimentos secretos do governo, com alguns locais teorizando que o chupacabra poderia ser o resultado de atividades científicas clandestinas em locais como a floresta de El Yunque.

Embora a comunidade científica em grande parte rejeite a existência do chupacabra, o críptido continua a capturar a imaginação do público. Relatos ocasionais de gado desaparecido ou avistamentos de animais incomuns ainda provocam discussões sobre a possibilidade da existência da lendária criatura.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.