Quando você pensa em pirâmides antigas, provavelmente sua mente vai para as areias ensolaradas do Egito, lar da icônica Grande Pirâmide de Gizé. No entanto, se você está procurando pela maior pirâmide do mundo, terá que desviar o olhar para o outro lado do Atlântico, para as paisagens vibrantes de Puebla, no México. Aninhada aqui está a impressionante Pirâmide de Cholula, uma estrutura colossal que ofusca até mesmo os gigantes egípcios em tamanho e volume.
Como a Pirâmide de Cholula foi feita?
Frequentemente esquecida, a Pirâmide de Cholula, também conhecida como Tlachihualtepetl ou “montanha artificial”, é uma maravilha da engenharia antiga e da importância espiritual. Diferentemente de suas contrapartes egípcias feitas de calcário, esta pirâmide foi construída usando adobe, um tipo de tijolo feito de argila cozida.
Essa escolha de material é fascinante porque permitiu um crescimento incremental ao longo de muitas gerações. Cada vez que uma camada era concluída, um novo grupo de trabalhadores assumia, adicionando outra camada à estrutura em constante crescimento. Esse método metódico e comunitário de construção resultou em uma base que mede impressionantes 450 por 450 metros, tornando-a quatro vezes maior que a Grande Pirâmide de Gizé.
Mas a grandiosidade da Pirâmide de Cholula não para em sua base. Seu volume total é um inacreditável 4,45 milhões de metros cúbicos, quase o dobro dos 2,5 milhões de metros cúbicos de sua contraparte egípcia. Essa proeza monumental foi realizada ao longo de séculos, com várias comunidades contribuindo para sua construção como uma homenagem ao deus antigo Quetzalcoatl.
Curiosamente, o enorme tamanho da pirâmide desempenhou um papel em sua própria obscuridade. Com o tempo, sem manutenção regular, os tijolos de adobe começaram a se desgastar, fornecendo terreno fértil para a vegetação tropical se enraizar. Eventualmente, a pirâmide ficou tão coberta de vegetação que mais parecia uma montanha natural do que uma estrutura feita pelo homem. Esse disfarce foi tão eficaz que Hernán Cortés, o explorador espanhol que liderou a conquista do México, a perdeu completamente. Em uma reviravolta irônica, Cortés construiu uma igreja, a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, no topo da pirâmide, sem saber que estava sobre uma estrutura que havia sido um local de adoração por um milênio.

Invasão e massacre
Quando Cortés e seus homens chegaram a Cholula em outubro de 1519, desencadearam um massacre, matando cerca de 3.000 pessoas—10% da população da cidade—em apenas uma hora. Eles destruíram muitas estruturas religiosas, mas nunca tocaram na pirâmide, simplesmente porque nunca a encontraram. Hoje, a pirâmide e a igreja no topo dela permanecem como símbolos complexos da história em camadas do México, uma mistura de espiritualidade indígena e imposição colonial.
Agora, mais de 2.300 anos após sua construção inicial, a Pirâmide de Cholula tornou-se um destino turístico imperdível. Ao caminhar pelo local, você não pode deixar de se maravilhar com a engenhosidade dos povos antigos que construíram essa estrutura colossal. E com o trabalho arqueológico em andamento, podemos esperar obter um entendimento mais profundo dessa pirâmide fascinante—como foi construída, por quem e como chegou a parecer tanto com uma montanha.
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Então, da próxima vez que você estiver cativado pelas maravilhas antigas do mundo, lembre-se de que a Pirâmide de Cholula tem seu próprio lugar como uma maravilha do engenho humano e da devoção espiritual. Ela não é apenas uma nota de rodapé na história; é um testemunho imponente do que as comunidades podem alcançar quando se unem por um objetivo comum.