Chefe de agência espacial alerta que asteroide pode estar se aproximando da Terra agora e que não temos “nenhuma maneira de detectá-lo”

por Lucas Rabello
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Um asteroide capaz de destruir uma cidade inteira pode estar a caminho da Terra neste exato momento, e a humanidade talvez não consiga detectá-lo a tempo. O alerta vem de especialistas que estudam objetos próximos ao nosso planeta, e o motivo é surpreendente: nossa tecnologia atual tem uma “zona cega” no espaço, justamente na direção do Sol.

O asteroide 2024 YR4, descoberto no final do ano passado, tem chamado a atenção de agências espaciais como a NASA. Com tamanho comparável ao da Estátua da Liberdade, ele poderia causar uma devastação imensa se colidisse com a Terra. Cientistas calculam que, ao entrar na atmosfera, o impacto geraria uma explosão equivalente a 8 milhões de toneladas de TNT, afetando tudo em um raio de 50 quilômetros. A data prevista para um possível encontro é 2032, e as chances, segundo o Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra da NASA, são de 2,3% — um número baixo, mas significativo quando se trata de riscos cósmicos.

Porém, o verdadeiro alerta vem de Luca Conversi, cientista da Agência Espacial Europeia (ESA). Ele explica que, além do 2024 YR4, pode haver outros asteroides ainda mais perigosos vindo em nossa direção sem que saibamos. O problema está na incapacidade de monitorar a região entre a Terra e o Sol. A luminosidade intensa da estrela ofusca os telescópios, criando uma área de invisibilidade onde objetos podem se aproximar sem serem detectados.

O asteroide descoberto recentemente pode causar danos imensos

O asteroide descoberto recentemente pode causar danos imensos

“Existe a possibilidade de que um asteroide do tamanho do YR4 esteja se aproximando do Sol, mas simplesmente não o vimos”, afirmou Conversi em entrevista. Para ilustrar o risco, ele lembra do meteoro de Chelyabinsk, que atingiu a Rússia em 2013. Na ocasião, uma rocha de 20 metros de diâmetro entrou na atmosfera sem ser detectada, pois vinha da direção do Sol. A explosão no ar gerou uma onda de choque que estilhaçou janelas em um raio de centenas de quilômetros, ferindo mais de 1.500 pessoas.

O caso de Chelyabinsk mostra que mesmo asteroides menores podem causar danos graves se chegarem sem aviso. No caso do 2024 YR4, estima-se que sua velocidade seja de 14 quilômetros por segundo — cerca de 50 mil quilômetros por hora. Se atingisse uma área urbana, a destruição seria catastrófica. Mas, enquanto os cientistas monitoram sua trajetória, a preocupação maior está no que ainda não conseguimos enxergar.

O cientista alertou que não temos a tecnologia para visualizar o "ponto cego" da Terra de forma eficaz

O cientista alertou que não temos a tecnologia para visualizar o “ponto cego” da Terra de forma eficaz

Atualmente, telescópios terrestres e espaciais focam em detectar objetos que se aproximam do lado noturno da Terra, longe do brilho solar. Já a região próxima ao Sol permanece um desafio técnico. Projetos para satélites com instrumentos capazes de observar essa área estão em discussão, mas ainda não saíram do papel. Enquanto isso, a cada dia, novos asteroides cruzam o Sistema Solar, e alguns podem estar em rota de colisão.

Para piorar, mesmo que um objeto seja identificado, não há tecnologia comprovada para desviá-lo. Missões experimentais, como a DART da NASA, testaram o impacto de uma sonda contra um asteroide para alterar sua trajetória, mas métodos eficazes em larga escala ainda são teóricos.

Enquanto agências espaciais correm contra o tempo para melhorar a detecção e defesa planetária, o 2024 YR4 serve como um exemplo real do que pode estar por vir. Sua próxima passagem próxima à Terra será em 2032, e os cálculos de risco serão atualizados conforme novos dados surgirem. Mas, para os cientistas, o verdadeiro desafio é enxergar o que está escondido no clarão do Sol — um inimigo invisível que pode já estar a caminho.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.

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