Chefe da OTAN emite alerta ao presidente Zelenskyy após Trump acusá-lo de “brincar com a Terceira Guerra Mundial”

por Lucas Rabello
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Na última sexta-feira, 28 de fevereiro, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy desembarcou em Washington DC para um encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o vice-presidente JD Vance. A reunião, que aconteceu na Casa Branca, foi marcada por críticas duras de Trump, que acusou Zelenskyy de “jogar com a Terceira Guerra Mundial” devido ao conflito entre Ucrânia e Rússia, agora em seu terceiro ano.

Durante o encontro, o presidente americano, de 78 anos, não poupou palavras. “Você não tem as cartas na manga agora”, disse Trump a Zelenskyy. “Com a gente, você começa a ter cartas… Está apostando com a vida de milhões! Está brincando com a Terceira Guerra Mundial! E isso é muito desrespeitoso para este país [EUA]”. As declarações refletem a postura de Trump, que já havia questionado publicamente o apoio financeiro e militar dos Estados Unidos à Ucrânia.

O encontro contrasta com as recentes reuniões de Trump com outros líderes, como o primeiro-ministro britânico Keir Starmer e o presidente francês Emmanuel Macron, que transcorreram de forma mais diplomática. Enquanto Starmer e Macron receberam promessas de cooperação, Zelenskyy saiu da Casa Branca com críticas diretas e um alerta sobre os riscos geopolíticos do conflito.

O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, pediu que Zelenskyy se reconcilie com Trump

O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, pediu que Zelenskyy se reconcilie com Trump

A tensão não passou despercebida. Mark Rutte, secretário-geral da OTAN, classificou o episódio como “infeliz” e reforçou a importância de Zelenskyy reconstruir laços com o governo americano. Em uma ligação com o presidente ucraniano no mesmo dia, Rutte foi enfático: “O que eu disse ao presidente Zelenskyy é que ele precisa encontrar uma maneira de restaurar o relacionamento com Donald Trump e a administração americana. Isso é crucial para os próximos passos”. Rutte também expressou confiança de que Trump está comprometido com uma “paz duradoura” para a Ucrânia e com a aliança militar da OTAN.

Após a visita aos Estados Unidos, Zelenskyy seguiu para o Reino Unido, onde foi recebido com apoio unânime. Keir Starmer, que havia se encontrado com Trump dias antes, garantiu ao ucraniano o “respaldo total” do país. “O povo britânico demonstra seu apoio a você e à Ucrânia. Nossa determinação em buscar uma paz baseada na soberania e segurança do seu país é inquebrantável”, afirmou Starmer durante o encontro em Downing Street, residência oficial do primeiro-ministro.

Neste sábado, 2 de março, Zelenskyy tem um compromisso agendado com o rei Charles III. A agenda inclui discussões sobre assistência humanitária e estratégias para fortalecer a resistência ucraniana. A visita ao Reino Unido ocorre em um momento crítico: além da pressão política, a Ucrânia enfrenta desafios militares, com avanços recentes das tropas russas em regiões como Avdiivka.

Enquanto isso, a Casa Branca não divulgou detalhes sobre possíveis novos acordos entre Estados Unidos e Ucrânia. Analistas apontam que o tom de Trump pode refletir uma estratégia para pressionar Kiev a buscar negociações com Moscou, ainda que Zelenskyy insista na necessidade de recuperar territórios ocupados. O desfecho dessa disputa diplomática continua incerto, mas uma coisa é clara: os próximos meses definirão não apenas o futuro da Ucrânia, mas também os rumos das alianças globais.

Lucas Rabello
Lucas Rabello

Fundador do portal Mistérios do Mundo (2011). Escritor de ciência, mas cobrindo uma ampla variedade de assuntos. Ganhou o prêmio influenciador digital na categoria curiosidades.

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