Na noite de 15 de abril de 1912, o Titanic, maravilha da engenharia marítima, encontrou seu trágico fim. Mas em meio ao caos, o padeiro-chefe do navio, Charles Joughin, destacou-se como um herói não reconhecido. Sua história de sobrevivência continua fascinando entusiastas da história e acadêmicos.
Nascido em Birkenhead, Inglaterra, em 1878, Charles Joughin demonstrou um amor pelo mar desde cedo. Aos 11 anos, ele já navegava, seguindo os passos de seus irmãos em carreiras marítimas. Sua dedicação e experiência logo lhe garantiram uma posição no RMS Titanic como padeiro-chefe.
A Resposta Rápida de Charles Joughin ao Desastre
Na fatídica noite em que o Titanic colidiu com um iceberg, muitos despertaram em pânico. No entanto, para Joughin, isso foi um chamado à ação. Enquanto a água gelada invadia o navio e o pânico se instalava entre os passageiros e a tripulação, Joughin agiu rapidamente. Ele garantiu que mais de 50 pães fossem levados ao convés superior. Uma decisão simples, mas estratégica, garantindo que os sortudos que conseguiram um lugar nos botes salva-vidas tivessem comida para as incertas horas que viriam.
Contudo, as ações de Charles Joughin não pararam por aí. Ele retornou ao seu quarto e, com determinação, tomou um bom gole de licor. Essa escolha, embora parecesse estranha, pode ter desempenhado um papel em sua sobrevivência. Com sua determinação renovada, Joughin subiu para o convés, mas ao invés de entrar um dos botes salva-vidas designado, ele ajudou mulheres e crianças, provavelmente salvando a vida delas. Quando terminou, a maioria dos botes já havia partido.
Mas seus instintos de sobrevivência não o deixaram na mão. Joughin começou a lançar cadeiras de convés na água. Esperava que essas cadeiras servissem de apoio flutuante para aqueles que não conseguiram um lugar em um bote.
Sobrevivendo às águas geladas
À medida que o Titanic sucumbia sob pressão, partindo-se ao meio, Joughin preparou-se para o inevitável. Por volta das 2:20, ao entrar no gélido abraço do Atlântico, esse notável padeiro mostrou sua resistência.
As águas do Atlântico Norte eram assustadoramente geladas, com temperaturas de cerca de -2°C. Para a maioria, a imersão era imediatamente incapacitante. Mas não para Charles Joughin. Ele manteve a compostura e afirmou ter simplesmente “flutuado e batido perna.”
Após lutar contra as ondas gélidas por impressionantes duas horas e meia, a primeira luz do amanhecer revelou um bote salva-vidas virado nas proximidades. Embora inicialmente não houvesse espaço para ele, Joughin persistiu e encontrou outro bote, que o puxou para a segurança. Quando os sobreviventes do Titanic foram resgatados pelo RMS Carpathia, Joughin, além de pés inchados, não apresentava ferimentos graves.

Muitos se perguntam: Como Charles Joughin sobreviveu quando tantos pereceram? Vários fatores provavelmente contribuíram. Primeiro, sua decisão de permanecer fora da água até a descida final do Titanic preservou seu calor corporal. Além disso, o álcool que ele consumiu pode ter proporcionado uma sensação temporária de calor e aumentado sua adrenalina e coragem.
O legado de Joughin não termina com o Titanic. Demonstrando um amor inabalável pelo mar, ele entrou para a Marinha Mercante durante a Primeira Guerra Mundial. Faleceu em 1956, aos 78 anos, deixando um legado eternamente ligado à história do Titanic.
A cultura popular imortalizou Charles Joughin em filmes como “A Night to Remember” de 1958 e o blockbuster de 1997 “Titanic”, além do programa de TV “Drunk History”. No entanto, talvez o conto mais duradouro sobre ele seja aquele baseado em fatos reais: a história do padeiro-chefe do Titanic que, contra todas as probabilidades, sobreviveu a um dos desastres mais infames do século XX.
Hoje, quando pesquisamos o nome Charles Joughin na web, não é apenas uma reflexão de nossa fascinação pelo Titanic. É um testemunho da habilidade do espírito humano de perseverar e da importância de manter a calma sob pressão. Sua história nos serve como um farol de esperança, lembrando-nos do indomável espírito de sobrevivência.