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Estudo assustador revela como estalar o pescoço pode matar uma pessoa

Leonardo Ambrosio

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Se você está acostumado a estalar o seu pescoço o tempo todo, todos os dias, talve esse caso ocorrido nos EUA faça você rever seus hábitos.

Josh Hader, um rapaz de 28 anos natural dos EUA, estava sentindo um pequeno desconforto no pescoço quando decidiu estalar a região cervical. O que ele não esperava é que este movimento, que fazia parte do seu dia a dia, o levaria a uma experiência de quase morte.

Pouco menos de uma hora depois de estalar o pescoço, Hader precisou ser levado às pressas ao hospital. De acordo com o médico que lhe atendeu, o rapaz sofreu um infarto severo, provocado pelo rompimento de uma artéria no seu pescoço – o que causou um coágulo.

Vance McCollom, do Mercy Hospital, de Oklahoma, disse que seu paciente poderia ter morrido, já que o estalo pressionou e rompeu a artéria vertebral, uma das maiores do pescoço, que irriga diretamente o cérebro, conforme relatado pelo The Washington Post e pelo ScienceAlert.

De acordo com Kazuma Nakagawa, neurologista que concedeu entrevista ao Post, esse tipo de infarto provocado por rompimentos nas artérias pode afetar mesmo pessoas jovens, entre os 20 e 30 anos. E apesar de se tratar de algo bastante raro, não é uma condição sobre a qual a comunidade médica não esteja ciente. “As pessoas precisam saber que uma dor repentina no pescoço pode ser o princípio de um infarto”, disse Nakagawa.

Em entrevista após ser liberado do hospital, Hader esclareceu que não forço tanto assim o seu pescoço, mas que apenas tentou estalá-lo para aliviar um desconforto que sentira enquanto trabalhava em sua casa. Quase que imediatamente após ouvir um barulho semelhante a um estouro no pescoço, o lado esquerdo do seu corpo começou a ficar dormente. Hader conta que pensou ter atingido algum nervo, e decidiu buscar um pouco de gelo na cozinha para tentar aliviar o problema.

“Quando tentei caminhar até a cozinha, percebi que simplesmente não conseguia andar reto, e estava caminhando com o meu corpo em um ângulo de 45º”. Em pouco tempo, o rapaz já sequer conseguia caminhar de qualquer forma, e ao chegar no hospital precisava do auxílio de uma cadeira de rodas.

Após o susto, felizmente Hader conseguiu sobreviver e, além disso, recuperou a capacidade de caminhar perfeitamente em algumas semanas. “Nas últimas duas semanas, mais ou menos, eu estive conseguindo ajudar na casa, realizando tarefas comuns e ajudando a cuidar dos nossos filhos de 1 e 5 anos de idade. Antes disso, eu estava inútil”, disse o rapaz.

No entanto, apesar de não ter perdido nenhuma habilidade cognitiva e seguir conseguindo falar perfeitamente, Hader possui problemas de equilíbrio e controla seu braço esquerdo com alguma dificuldade. Ainda assim, o jovem pode ser considerado um homem de sorte, já que conforme Nakagawa este tipo de infarto costuma ser bastante fatal.

A comunidade médica não sabe explicar com exatidão por que as artérias de certas pessoas estouram durante o estalar do pescoço, enquanto outras pessoas jamais passam por isso. Mas ao que tudo indica, isso está ligado diretamente à integridade das veias de cada um. Segundo Nakagawa, “99,9% das vezes que uma pessoa estala o pescoço, nada acontece”. O problema, são os 0,1% dos casos.

Hader, que antes costumava estalar o pescoço com bastante frequência, agora diz se controlar para livrar-se deste vício.

“Eu ainda me acordo de vez em quando com a vontade de estalar o pescoço, e preciso me controlar. Segue sendo uma briga, mas eu definitivamente não quero mais estalar meu pescoço”, concluiu o garoto, que sobreviveu a um susto e tanto.

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Leonardo Ambrosio tem 26 anos, é jornalista, vive em Capão da Canoa/RS e trabalha como redator em diversos projetos envolvendo ciências, tecnologia e curiosidades desde 2014.

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